quarta-feira, 15 de abril de 2009

Hope you guess my name


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"E no país houve uma revolução, há muito, muito tempo. Foi um príncipe de um país vizinho que começou. Um ato heróico. O príncipe, muito esperto, saiu pelas ruas em posse do instrumento que havia inventado. Era uma mistura de bandolim com guitarra com violão. Nem era grande nem era pequeno. A princesa Lili, que ainda nem princesa se sabia, havia entregue a primeira parte da tal criação, na época da infância quando eles nem imaginavam o futuro. Ela, mais que ele, lembrava de quando saiu pela estrada contente, com aquela peça nas mãos, objeto maior que os braços dela. Não percebeu o peso, não estranhou o desconforto de andar um bocado a segurar aquilo. A alegria era imensa. Olhem só, não passava pela cabeça dela que aquilo seria instrumento de revolução!


A cada toque, a cada nota, um muro das gigantescas cercas que protegiam o país diminuía. E a menina que carregava a primeira peça, amava. Percebia que amava. O príncipe, imponente, dsitribuía sons. A menina se fez doce e singela feito chocolate com avelã ou amêndoas. E ele lhe disse: princesa. Princesa Lili B. de B.


Durante a revolução da queda de todos os muros, a lua, que estava bem cheia e amarela, cedeu espaço para as estrelas. Não poderia ter só para si algo tão bonito, amor a crescer. Foi mais para o lado, arranjou um canto, deixou suas amigas assistirem também. Duas constelações se comoveram com a cena. E se deram as mãos. Outra revolução. (Porque evolução tem gosto de gente só, de crescimento só - revolução precisa de pelo menos duas pessoas e um amor).


A lua, encantada, cansada de tantas coisas eternas, antigas, longas, resolveu marcar o momento em algo temporário. Em gente. Que vai e vem deixa a Terra. A lua, intempestiva e inquieta, desenhou constelações nas pessoas. Porque pessoas mudam sempre, vão sempre. Mas nelas ficam sinais, ficam histórias. Ficam revoluções para mudar o curso das coisas, para fazer do rio, maré.


Havia muito mais a contar, houve um pulo para chegar logo na lua. Houve também uma chuva, que no país da Lili, depois da revolução dos muros, ganhou um nome mais adequado. Mas, já é tarde. Já é hora de dormir.



***** Ternura. Não a ternura de Vinícius. Ternura. Ternura
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O CD novo de Madeleine Peyroux é muito bom e hoje ouvi um pedaço no meio da rua!
"My heart is like a hand-me-down made soft by older brothers
My body's like my father's house, the sin of generations
Damn the circumstances
Life is hard enough
Damn the bones that rattle
Faith is good enough
You shook the ground beneath my feet, my hopes turned into water
The house came crashing down on me in the early morning hours
Damn the circumstances
Life is hard enough
Damn the bones that rattle
Faith is good enough
Now the lines are drawn and we sleep in the rags and dust
Where all good will has gone and the dreams we had went bust
Damn the circumstances
Life is hard enough
Damn the bones that rattle
Faith is good enough"



2 comentários:

  1. gostei...

    eh phoda, pq nao tem graça: eu sempre gosto :D. bjo

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  2. Mari,

    Muito linda a história. Bom entrar no teu mundo de cores e ternuras e sensações.

    Beijos

    Dado

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