segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Um por dia

Amei você 18.
Dez oito.
Ou foram vinte?

As senhoras daquele tempo
Que nem era meu
Diziam sempre algo de biscoito e oito.
Pus dez na frente pra dar sorte.

Amei você o alfabeto.
Com algumas letras repetidas.
Escrevi o que você não vai querer saber.

Risquei meu corpo.
Fiz adorno do que nem pensava pensar.

Eu não sabia o que fazer
Sem você por perto.

Fiz tudo pra você não achar certo
E dizer da minha vida:
Perdida.

Encerrei a conversa num beijo.
Antes de você contar
Que amou uma só.
Decorou só um nome.
Viu a flor em só um cabelo.
Num só vestido.

Porque, eu sempre soube.
Disso, eu sempre soube.

Em matéria de amor,
muito, pode ser muito pouco.

Ensaio 2

Moço de calça xadrez
Traz o sorriso de uma vez
E vem pra cá

Deixa os sentimentos no bar
Que é onde eles devem ficar
Numa garrafa de vinho
Tem mais paixão
Se não tiver, ela chega num gole

Ou em dois. Três taças e sou sua.

Porque não sou mulher de pensar muito.
Se penso, fujo.
Se fujo, não volto.

Tudo porque você usa calça xadrez e sente demais
Sente o mundo
Sente fundo
Sente medo

Se eu tivesse medo, seria a Dona Baratinha
Com dinheiro na caixinha.

Não batia carro, não fazia estrago
Com as letras do teclado
Com o teclado dos outros, banhado em vinho.

Se eu tivesse medo, teria paciência
E sorria de complacência
pelas suas calças xadrez.

Eu até gosto delas.
Falo menos
Tira elas.

Porque xadrez nem sei jogar.

Ensaio 1

Se eu levasse rima a sério
Não fazia da letra sacrilégio
Nem do caderno, bagunça
Não deixava amor por aí

Amor por ali
Amor nenhum aqui

S eu levasse rima a sério
Falava palavrão e gesto com as mãos
Deixava de ser boa moça
E assumia a levada
Desentoada
Desgraçada
Feito o que dizem do resto da feira

Mas é só brincadeira
Porque da rima faço graça

Faço piada, piso em cima
Esmago coração
Pra que coração?

Coração mandei correr

sábado, 7 de agosto de 2010

I´m not there

Este exato momento não se trata de uma 20h37 de um sábado à noite. Quem escreve não é uma jovem senhora de 26 anos. Não mesmo. Neste exato momento, nada disto existe.

O que o leitor lerá, a partir de agora, são trechos extasiantes de uma noite de fim de semana.