quinta-feira, 3 de junho de 2010

Amar se aprende amando

Drummond estava certíssimo. Atiremos o limão aos peixes que eles sim sabem o que fazem.
(Ou de como uma ideia boa surge na sessão de análise, confunde-se com o tal fluxo e se perde pelo caminho).
Há esperança. Há esperança de que o ato falho retorne e salve estas linhas. Mudaria de nome, poderia ser um ato perfeito, um ato heróico, um ato jurídico completo!
A moça atirava-se à noite nas sextas-feiras para não precisar se encontrar nos sábados pela manhã. Deixava para existir só nos domingos à tarde, na hora do sono. Sentia toda a dor do mundo - essa gente que só complica os passos e insiste em choro. Era uma chata.
Chorava tanto, emocionava-se tanto, admirava tanto. E eram tantos os tantos dela que poderia acabar com a água do mundo. Poderia querer convencer seu povo a guerrear contra o Sol, que teima em iluminar dias nublados, mais adequados ao humor impossível da moça. Na guerra, todos carregariam seus pianos nas costas, poderosas armas para quem gosta de ir à luta de cabeça baixa. Afinal, não se pode sentir a dor do mundo e encarar o próprio de frente. Há de se manter algum respeito.
Juntaram-se todos os peixes do Drummond para atirar limões nesses seres estranhos. Que criam pedra só para reivindicar poesia.
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Mais, aqui.

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