domingo, 2 de maio de 2010

Um café turco, por favor

Daqui a pouco faz uma semana que estou com o título acima na cabeça. Café turco, aquele que as pessoas leem a borra pra fazer advinhações sobre futuro. Sempre fui muito inquieta, muito. E totalmente incoerente quando se diz respeito a destino. Vivo entregando ao universo ou coisa que o valha minhas decisões. Uso o universo de desculpa pro que eu quero fazer mas tenho medo. A música que toca na rádio, a recorrência de encontros com uma palavra, por exemplo. Tudo isso tem poder para mudar o caminho da minha vida.
Há alguns dias, basta falar de alguém ou alguém relacionado a este alguém e ele surge na minha frente. Pode ser uma pessoa que eu não vejo há anos. E eu juro que gostaria muito de entender isso.
Tem gente quem diga que eu tenho intuição. Outros que, pelo tanto que me arrisco, sou bem protegida pelo meu anjo da guarda. Semana passada, pratiquei a máxima de que faixa de pedestre deve ser respeitada e fui atravessar sem me preocupar muito com os carros. Uma senhora educada parou. A de trás precisou fazer uma manobra inesperada do tipo que canta pneus e etc.
Quando eu era assessora de Imprensa do HR, o local mais evitado por mim era a UTI pediátrica. Crianças que estão ali há anos e não sabem se retornam para casa. Bebês num esforço extremo de luta pela vida. E tão novos.
Um dia, fui lá e vi uma menina de pouco mais de dois meses. Algo nela mexeu comigo, além da conta. Parei um pouco, fechei os olhos. Ofereci uns dois anos da minha existência para que ela saísse de lá , afinal já estava com 24 anos e isso é um bocado perto de dois meses. Tentei mentalizar da mesma forma que pedia, aos cinco anos, para as sereias me levarem de volta pro fundo do mar porque eu não pertencia, não me encaixava à vida na areia. Dias depois, perguntei da menina. Recebera alta. Tá. Tentei fazer isso de novo, pra ajudar pessoas próximas mas não consegui. Até porque coincidência desse tipo só deve existir uma vez. Gastei a minha.´
Em janeiro, procurei um conhecido para jogar tarot pra mim. Ele me falou quinhentas mil coisas ótimas. A meu ver, existem umas duas que não eram tão ótimas assim. Mas.
É. Eu queria mesmo um café turco.

Um comentário:

  1. Um café turco, uma leitura de tarot, uma cigana... Os oráculos que fascinam a humanidade há tempos, e a nós dois.

    Eu acredito (embora sempre tenha um cantinho em minha cabeca para duvidar); mas no fim eu vivo minha vida da mesma forma que faria se nao ouvisse as previsoes. Conselhos talvez, nao guias...

    Essa estratégia tem dado certo pra mim. Nao espero respostas que eu já tenho, nao pergunto o que nao quero saber, vivo um livre arbítrio por vezes perturbado por inquietantes coincidências. Por que você também nao experimenta?

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