domingo, 10 de maio de 2009

O Monstro do SE

E se não houvesse sonhos que parecem dizer coisas? E se não houvesse músicas certas tocadas nas horas erradas? E se não houvesse coincidências? E se não existissem sinais mágicos do universo? E se não existisse tanta impulsividade? E se todo o mundo se resolvesse num único segundo e depois fôssemos viver de festa? Seria aproveitada a festa? E se toda vez que procurássemos algo realmente achássemos? E se toda vez que não estivéssemos olhando por nada, nada fosse o que aparecesse?
E se a Argentina ou a Espanha fossem perto uma da outra e na esquina da minha casa? A Itália também, não seria nada mal. E se eu soubesse exatamente agora o que fazer? Se surgisse um plano na minha frente?
Se a vida não viesse assim aos montes, aos tantos, o tempo inteiro. Se a gente resistisse ao convite e não fosse. Se o baile parecesse meio cheio, meio chato, meio sem graça. E se chovesse agora e a lua cheia sorrisse com o sorriso assustador do gato de Alice? Mas eu nem gosto daquele conto. E se eu fugisse e ninguém me achasse? E se a gente esquecesse tudo? E voltasse pro começo, sem casa, sem muro, sem crise financeira.
A gente ainda seria a gente? Se todos os se fossem diferentes. E a gente escolhe, assim, sem saber, sem ter opção clara? E segue e segue e pronto? E vai gente, vem gente, que fica da gente? Desta gente, daquela e da outra ali? É como aquele baile do filme, em que o tempo passa e ninguém fala. Só dança.
É quase clichê, hit de rádio. Mas é bonito. Ou melhor: e é bonito.

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