terça-feira, 19 de maio de 2009

Coisas de ontem

1)
E estava lá no jornal. Os dois amigos. De um lado, a menina que estava doente e se curou. Do outro, o que estava sadio e foi morto. No mesmo dia, quase na mesma página. A morte onde era vida e a vida onde se temia tanto a morte. A gente nunca sabe o que está por vir. De repente, muda tudo. Às vezes, volta para o mesmo lugar, outras segue por caminhos que nunca esperamos.
Durante o caminho, a gente cria artimanhas para brincar com a sorte. Repete o mesmo cacoete para ver se vinga. Se o destino ajuda, se a fortuna sorri pra gente. Gosto do nunca porque o nunca, nunca é. Ou então o “por um bom tempo”. Que se resolve em menos de um mês. Em 15 dias. Uma semana.

2)
Sentimento quando é bom, de puro sangue, não precisa se explicar em palavras. Na verdade, usa as palavras de desculpa. Para não deixar o silêncio se tornar reinante. Já se viu ter que explicar o que se sente? Então era razão. Porque se não fosse assim qual sentido da expressão “razão de ser”? Razão é algo tão assim assado que para ser tem que se explicar, já nasce se desculpando, pedindo licença, com justificativa assinada e protocolada.

É que nem procurar no dicionário significado de epifania. Deixa lá o Aurélio ter a dele e a Clarice com a dela. Que coisa!

Dias de chuva possuem contratempos, mas só na chuva tem arco-íris. E quem nunca tentou passar debaixo não sabe o que é alegria
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Um comentário:

  1. Post maravilhoso, Mari!! A vida é isso mesmo, completamente sem razão. Há coisa que não se explicam. Sempre há um "por um tempo" que vira uma semana, 15 dias no máximo... Essa é a graça. É a beleza de se perceber um ser completamente instável e inseguro. É isso que nos torna plenamente seres humanos...

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