quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Blocos de Carnaval


Cachaça chique
Primeiro passo do Carnaval foi a ida a uma festinha com cara de confraternização - ou seja, festinha de vitrines - de uma agência de publicidade. Cachaça de grife grátis, cerveja, refrigerante e água - único item ingerível por mim, fora o bolo de chocolate que vendia na frente do lugar. As pessoas todas estavam fantasiadas a la Municipal ou mais. Eu estava com um vestidinho simples, sapatilhas douradas (que ocuparam o lugar das vermelhas, deixadas em algum canto e que espero sejam devolvidas, assim como meu biquini vermelho, que muita falta fez no Carnaval), Cel estava fancy como sempre e Ná, semi-fantasiada, acompanhada de Sofia. Todas nós éramos peixes fora d´água. Não estamos acostumadas a fazer pose e segurar riso congelado.
Encontrei alguns amigos queridos saudosos e tentei tomar cachaça pela primeira vez na vida. Dei uns goles fingidos. Medo. Medo. Não, ainda não estava carnavalesca o suficiente para entrar na onda. Quando o sambão começou, o cansaço bateu. Dói na alma estar em lugar de vitrines. Não, não sei me confraternizar. Nem as meninas sabem. Ainda mais em lugar que não conheço ninguém! Ná teve a primeira desilusão momesca e nosostras ainda nem criávamos expectativas para o que viria a seguir. Seguimos para casa de Cel. O QG oficial dos 4 dias. Que era pra ter sido na minha casa, mas...


Sigilo total
Levei minha malinha com umas poucas roupas, afinal, a idéia era só deixar algumas coisas lá por garantia. Como carnaval é tempo de improviso, surpresas começaram nesta noite. O título do bloco já avisa. Segredo não se publica, não se fala nem se escreve.
Pequenas Maldades
Todas no QG de Cel, início do preparo para o primeiro dia. Muita maquiagem para Rihanna, Velma Kelly, Amy Winehouse e Boneca. Soltei minha paixão por rosa e pintei o rosto todo de maquiagem pink. Fora as duas bolotas que Ná desenhou nas minhas bochechas. Cel tava linda e sexy e Nanda fatal. Demoramos muito porque eram dúvidas demais, canções para decorar, expectativas para criar. Fomos para o Tacaruna de carona com a tia super gente boa de Ná. Na fila, maldade um - comprar Ice por dois reais. No ônibus, maldade dois - descer sem pagar, enrolando o cobrador. Minha pequena vingança do aumento da passagem!
Amy é o pó-der!
"Que poznho doce, foi Amy que trouxe de Londres pra mim", primeira amizade de folia conquistada graças a Ná. Um grupo de cariocas que estavam amando Recife. Encontramos com eles no MAC depois e tiramos várias fotos. Mas não foram só eles que Ná conquisto. Onde passávamos ela era parada. Sucesso total! As tatuagens estavam perfeitas, o traço dela é lindo. Ná com o bocão dela chamava a atenção e dava espaço para nos divertirmos muito. Definitivamente, Amy é o pó-der!
Rihanna
Quando ainda éramos um quarteto, nosso grupo aumentou muito até a terça -feira, Rihanna era a mais paquerada, a mais desejada, a mais disputada. Que o digam os franceses. Celina e seu charme misterioso, sua altivez. E ela nem precisou de uma umbrella. Celina, passa um pouco desse açúcar pra mim!
Velma Kelly
O sotaque austríaco-germânico ou sei lá o quê. O anúncio: "Ela mata homens". A simpatia. Nanda de Velma Kelly era uma morena arrasadora. E engraçadíssima. A peruca segurou direitinho, aturou chuva, não saiu do lugar. Melhor que chapinha, que progressiva, que qualquer outro truque. E Nanda incorporou a personagem, de alguma forma.
Boneeeca!
Super segura na minha cegueira, no meu disfarce de pele cor de rosa, com minhas meias vermelhas, sapatilhas douradas, asas de plumas amarelas e short de fita, segui em frente no Carnaval. Incorporei uma boneca. Aí era só sair pulando, tomando bateria (Ice) e mostrando aos meninos desavisados que minhas amigas possuíam dicas infalíveis de paquera. Foi assim que conheci um amigo de infância. De Buenos Aires! Não lembro como mas apresentei o coitado as meninas e fui embora. Elas ficaram crentes de que ele era um quase irmão meu. O menino nem sabia meu nome. Quem tem vocação para cupido, morre cupido, ué! E amizade de Carnaval é pra vida toda. Sempre que passava por Fabi, ela gritava: "Boneeecaa"
Reboladinha, reboladinha, reboladinha
Achei umas plumas amarelas numa sacola com coisas antigas de Celina. Aí Ná, com sua criatividade, fez umas asas. Sobrou uma espécie de rabinho. Aí subi a ladeira do Varadouro saltitando com paradas para reboladinhas. Eram dez passinhos e "reboladinha, reboladinha, reboladinha". Como não sei requebrar, era só um remelexo pro lado mesmo. Coisa de foliã empolgadíssima com sábado de Carnaval. Alguns meninos atrevidos puxaram minhas asinhas, ganharam umas reboladinhas e nada mais. Ah, mantive a tradição e não passei agindo no Carnaval como solteiríssima. Como diria Cel, coisas das nossas.
Mangueeeeira
Depois de muito nos perder, de muitos becos percorrer, achamos a concentração do Hoje a Mangueira Entra. O melhor ponto para banheiro e para aquisição de Smirnoff Ice. Que depois virou Lemonoff, mas somente por alguns instantes. Sambão e eu no brilho. Não somente eu. Encontramos Belle, chiquérrima, Dado e o irmão franco-brasileiro dele, Pedro.
Jogo do contente com miopia
Ficar míope no Carnaval só foi ruim quando eu e Amy nos perdemos de Rihanna e Velma. E depois de Dado e Belle. A cegueira parcial dá a falsa sensação de que como não vejo muito ninguém vai ver muito de mim também. Não é que funciona?
Acho é pouco, gente demais
Encontramos Dado, nada de Belle. Perdemos Dado, encontramos as meninas. Ou a ordem foi inversa, ainda estava no brilho da vodca. Fiquei sentadinha no mosteiro. Seguimos o bloco. Fomos espremidas. Sapatilha saiu do pé. Segunda sapatilha saiu do pé. Queda. Meia vermelha usada pela segunda vez rasgada. Ná cai também. As meninas se desesperam. Acho é Pouco, quase nunca mais.
Milho cozido, mordida dada
Mauro e outro amigo chegam. Não lembro quem era o outro amigo. Ninguém acredita na minha sugestão Sargação + ônibus pro Tacaruna. Eu e Ná dividimos um milho cozido estranho. Mordo a boca três vezes. Engano a fome um pouco. Um pouco. Chuva, chuva, chuva. Frio, nada. Ainda no brilho.
Santo Anderson
Cantando na chuva
Queijo coalho e sabão azul
Não sei beber cedo
Tapioca e Cafusú
Do alto da Sé, do melhor bar que nunca fui
Maracatu francês
Pegada brasileira
Livinha e Cê!!
Finalmente, Sargação
Ônibus correto, aê!
Antigo Recife
Samba no Paço
Sarkozy, Sarkozy
Romance às margens do Capibaribe
Tio Xande envenenado, Ná endiabrada
Cel se rende
Persistência, porém, Chao
Acordar, acordar, levantar, espantar cansaço
A faixa
Chove chuva, chove sem parar
Caipirinha pra espantar o frio, galega
Intensivo franco-brasileiro
"Já pedi ajuda"
La Vie en Rose
Uma das melhores coisas do mundo: banho de chuva
Chupada na axila
Frio, frio, frio
Samba paulista com pernambucana
Mais uma vez, a volta pra casa
Terça-feira insana
Mau humor individual e cansaço generalizado
Patusco na saída e nós na entrada
Acho é pouco, sou bem cega
Banzo de fim de festa
Abraço silencioso de Celina (poucos abraços me disseram tanto como esse)
Quarta de cinzas triste, tristíssima.
Quinta-feira pós carnaval: "Necesito un amor, pa´pasar el inviernoUn amor clandestino, un vaso de vinoUn pasaje al infierno...” (copiadíssimo do blog de Ná)

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