segunda-feira, 5 de abril de 2010

It ain´t me, babe

Surpresa com flores, música bonitinha, recadinhos carinhosos que se esforçam bastante para se tornar publicizados. O mundo jamais viu amor assim. Beijos apaixonados no meio da rua, em pleno show. Escapadas súbitas, que nunca poderiam ser saídas à francesa, para concretizar urgências de amar. Aquela cegueira típica daquele sentimentozinho baixo. Porque é embaixo mesmo que atinge. Vê se o cérebro, nobre órgão, cairia num papo desses? Jamais!
Querida, ele não vai prolongar na sua vida aquela sensação de centro do universo saudosa em você desde o baile de 15 anos. Até porque já faz tempo, né? Você pode até achar que ele vai te trazer isso no dia do casamento. Ah, aquele vestido branco e todos aqueles a sua espera, ansiosos para ver seu sorriso triunfal. "Oh, eu SOU A MULHER DA VIDA DELE". Minha amiga, pense bem. É só questão de arranjos formais, contratuais, algumas coincidências e oportunidades bem utilizadas de tolerância. Você nem sabe mas ele chorou dia desses porque era Dia dos Namorados e a ex dele estava com outro. Ele não era mais O HOMEM DA VIDA DELA. Fazer o quê, né mesmo? C´est la vie.
E você, gostosão! Jura que ela nunca tinha se arriscado tanto, ousado tanto, gostado tanto antes. Não sabe você que ela faz isso desde antes dos vinte. Com a maior facilidade. Ela achava que amor era um conceito e outras coisas eram outras coisas. Ah, não se fazem mais mulheres tal qual antigamente. Aproveite, oras! Nada como rir da intimidade alheia. Embora seja de sua senhora com outro distinto cavalheiro em tempos não tão longíquos.
Se escrevo com tantos nãos é que sou fã de limites. De imposições, distanciamentos. Liberdade precisa de espaço. E Raul já dizia que amor não existe sem ser libre. Mas, vamos lá, sem descambar para bagunça porque complicaria tudo demais. Então, me dê amor nas entrelinhas, nos silêncios, em boas gargalhadas. Palavras e barulhos estragam tudo. Se eu disser amo você, acredita não. Diz "que pena, era tão melhor antes". Vou ficar caidinha. Toda encantada.
Por isso, amor da minha vida, homem da minha vida, saiba: há de haver romantismo. Mas há, sim, e como, há de haver realidade.

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