sexta-feira, 5 de junho de 2009

Sabedoria materna




Praga de mãe sempre pega. Conselho de mãe deve ser seguido. E por que não critério de mãe? Sim, critério feito e ordenado pela mãe. Nossas queridas e amadas eternas protetoras. No auge dos meus 25 anos de idade, com muita pompa e circunstância, passei para ela o bastão. Ela que decide, a partir de agora, os marcos da minha vida. Aqueles que ela sabe, claro. Ou que ela lembra. Claro que toda mãe, com um mínimo de proximidade de sua cria, possui uma vaga idéia dos principais marcos da vida da prole. Mainha só não lembra como nasci (cada regra tem sua excessão) porque ela estava em convulsão no momento. Para isso, existe meu amadíssimo pai que não se nega a narrar com detalhes a confusão que ele fez ao achar que convulsão e parada cardíaca são a mesma coisa e devem ser solucionadas com pressionamentos no tórax. Daí nasce o critério número 01. Se a mãe não sabe, é então porque não foi sério e urgente, logo não pode ser um marco na vida de ninguém.


Lembre-se do dia em que você tomou todas numa confraternização de trabalho, despertou dentro de si uma simpatia e espontaneidade até o momento inexistentes, fez coisas que não devia e sua mãe nem percebeu, então não foi nada tão grave. Principalmente, se você ainda mora com ela. Se detalhes da sua vida íntima lhe causaram problemas, geraram medo e ansiedade mas não foi preciso ter aquela conversa com sua mãe, pule. Vai ver que não foi até o fim, não é? Então, tecnicamente (como aprendi com um ex), não conta. Caso você tenha pego uma carona maluca sozinha ou com amigas, mas ninguém ligou para sua mãe pra pedir resgate, fique com as gargalhadas. Mais uma história pra contar. Então, corte logo da lista todos aqueles nomes masculinos que lhe tiraram o sono, provocaram náuseas, frio ou borboletas no estômago mas que não chegaram ao conhecimento de mamãe. Sinto muito, não foram tão importantes assim. Insônia só vale quando ela lhe socorre com um calmante. Ninguém mais autorizado no mundo a lhe fornecer remédios tarja preta que sua mãe. Ah, vinho e champanhe também contam. Contam dobrado se for durante festas de fim de ano. Conselho que vou dar pra minha filha.


Critério número 02. Se sua mãe diz que não foi namoro, vai você acreditar no cara e afirmar que foi? Veja, em quem suas amigas lhe ensinaram a acreditar? Não, não. Muito apegada a estatísticas e padrões para tecer análises abalizadas da minha vidinha, estipulei como regra que só chamo de namorado aqueles que meus pais conheceram. E que foram apresentados (item fundamental) como namorados. O resto, bem, é outra história. Só que mainha é fera! Numa conversa, ela fez a triagem das sobras do meu passado. Por isso, entreguei a ela a honra de selecionar os marcos e a lista de namorados que já foram. Do rol, um item não exatamente glorioso, caiu, para meu completo alívio. Talvez tenha sido até mais de um. E ela costuma incentivar namoros para me manter mais quieta! Mamis manteve-se no salto (baixo) e disse: “Mas minha filha, aquilo ali não era nem namoro, você só queria saber de sair com suas amigas”. Ponto. Quem quiser que vá discutir com ela. Não tenho maturidade e nem experiência pra isso. (Ok, ela casou no segundo namorado mas deve ter adquirido muita bagagem com minhas tias e com meu pai).


Critério 03. Guardo pra depois.




*A imagem do post pode ser obtida colocando "mãe moderna" no google imagens

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