Amei você 18.
Dez oito.
Ou foram vinte?
As senhoras daquele tempo
Que nem era meu
Diziam sempre algo de biscoito e oito.
Pus dez na frente pra dar sorte.
Amei você o alfabeto.
Com algumas letras repetidas.
Escrevi o que você não vai querer saber.
Risquei meu corpo.
Fiz adorno do que nem pensava pensar.
Eu não sabia o que fazer
Sem você por perto.
Fiz tudo pra você não achar certo
E dizer da minha vida:
Perdida.
Encerrei a conversa num beijo.
Antes de você contar
Que amou uma só.
Decorou só um nome.
Viu a flor em só um cabelo.
Num só vestido.
Porque, eu sempre soube.
Disso, eu sempre soube.
Em matéria de amor,
muito, pode ser muito pouco.
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