terça-feira, 8 de setembro de 2009

Medo - 1/10000000

Eis que, obrigada, adquiro meu primeiro transportador compacto de arquivos. Na primeira vez que ouvi falar em pen drive, em 2005, pensei que era algum tipo de caneta especial armazenadora de arquivos e de ponta esferográfica nas cores azul ou preta. Foi com muita estranheza e desânimo que olhei para aquele pedaço de metal sem graça.
Até meus pais são donos de um transportador desses. Só comprei por pressão social. Com que cara entregaria um CD ou pediria para baixar o arquivo do email em tempos de mp...7, 10, 15, 55 (algo cuja utilidade ainda não foi decodificada pelo aparato cognitivo antiquado e tradicionalista). As melhores palavras saem dos meus dedos sob uma caneta e sobre papel. Bem ilegível.
Quando um filho meu pedir um aparato tecnológico desnecessário e alegar que todo mundo tem, vou perguntar se ele está registrado por todo mundo, fiho de maria não sei quem. Ai da minha filha se ousar alisar cabelo antes dos 18, com o dinheiro dos pais.
Atitudes só devem realmente ser tomadas em caso de necessidade urgente. Voltar ao lugar é tão difícil, desapegar-se é uma lição tão dura, redescobrir a desnecessidade é tão mais complicado. Vou abandonar meu celular com TV digital antes de passar ao menos cinco minutos em frente àquela mini tela. Em favor da revisão do meu carro, por ventura de mini/macro viagens. Porque é preciso querer ir embora para saber porque precisamos ficar.
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Lembrar: Crônicas de um quase boato ou Catequismo atravessado no êxodo do Litoral Sul pernambucano.

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