sábado, 5 de dezembro de 2009
Liberdade
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
My Blueberry Nights
O destino sempre me salva.
Página saiu do ar e sumiu tudo.
Ainda bem.
domingo, 22 de novembro de 2009
Sábado, ops, Domingo
É que levei uma pancada na cabeça ontem e minha memória que já andava boa, piorou. Mas era sobre o primeiro fora que escutei na vida.
Live through this.
Eu sabia o nome dele completo também. Escapou dos registros. Fica pra depois.
Lembrei o quanto gosto de Stars e quanto me faz falta ter um cd com as coisas deles.
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Aos meus queridos – parte 01
Não gelo com beijos nem abraços. Aprendi a gelar com mãos dadas e posterior troca de olhares. Foi assim.
Segundo semestre de 1992. Desde cedo, fui chegada num rebelde. Ele tinha dez anos. Eu, oito. Ele, cabelos grandes, repetente. Eu, cabelos curtos e CDF que sentava na banca de trás por causa dele. O primeiro menino que pegou na minha mão. Porque não conta as dancinhas de São João. Magro, alto. Rosto meio comprido, meio misterioso. Até hoje sei o nome completo dele, decorado. Estava com data para ir embora e eu sofria todos os dias com sua partida. E com minha covardia em me declarar. Meu primeiro amor.
Estava na banca ao lado da minha. Eu segurava o apontador lilás que meu tio trouxera de alguma viagem. O apontador e meu lápis da Pequena Sereia. Ariel questionava o pai, oras. Não falei que gostava de rebeldia desde cedo? Ele queria o apontador.Tentou tomar da minha mão fechada. Os dedos dele sobre meu punho cerrado. Mão sobre mão balançando no ar. “Aêêê”. Por que os outros flagram esses momentos só para apressar o fim?
1993 chegou só saudade.
Só que a vida é uma desenrolar de nós. 2001. Ele foi para mesma escola que eu de novo.
- Ei, Mariana. Ele disse que te conhece de algum lugar.
- Eu mesma não.
- Conheço sim.
- Ele disse que ficou contigo em Itamaracá.
- Foi, foi sim.
- Sem onda, tá (Queria eu, queria eu)
O menino mais bonito do colégio inteiro. Alto, magro, cabelo curto e olhos claros. O jeito rebelde estava lá, porém mais doce. Os anos na Europa, provavelmente.
Dia de prova. Fui procurar meu nome na lista das salas. O nome dele lá. Será? Tomei coragem! Virei correspondente secreta, com fiéis aliados. Até descobrirem meu M. Golpe fatal. Passamos um recreio juntos, conversando. Só que não houve apontador de desculpa para mãos dadas. O frio na barriga estava destinado a outro menino magro, alto, de olhos claros. Eu não sabia. Nem ele, que mais tarde apareceu encantado por uma loirinha simpática, de olhos verdes.
Nunca mais vi de novo. Mas é graças a ele que mãos dadas sempre vão importar mais que um beijo.
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Recordações de uma aposta e de uma promessa
E nem vou explicar nada.
Quem quiser, que entenda.
Ou não.
O mundo fica chato se vem com legendas explicativas.
Ou cheio de notas de rodapé.
A vida é cheia de perguntas.
Por que é vida, oras?
Mas, fiz promessa. Cabelo sem ver tesoura por seis meses.
Já se foi.
Bem superado.
Nada como determinação.
Passei um ano sem comer frango e picanha.
Anos sem refrigerante.
Por que não posso ficar sem salão?
Tenho pavor de lua cheia. E céu estrelado.
Caro estranho leitor,
Se lhe incomoda meus escritos, não acesse. Que coisa!
-----------
Just like children sleepin'
We could dream this night away.
But there's a full moon risin'
Let's go dancin' in the light
We know where the music's playin'
Let's go out and feel the night.
Because I'm still in love with you
I want to see you dance again
Because I'm still in love with you
On this harvest moon.
When we were strangers I watched you from afar
When we were loversI loved you with all my heart.
But now it's gettin' late
And the moon is climbin' high
I want to celebrate
See it shinin' in your eye.
Because I'm still in love with you
I want to see you dance again
Because I'm still in love with you
On this harvest moon.
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Muito auspicioso!
terça-feira, 29 de setembro de 2009
Um deles tratava dos modos que as mulheres devem se portar num relacionamento. Misturava dicas que sequer minha avó daria a outros trechos traumatizantes dos quais fui poupada de recordar. Outro livro, muito interessante, explicava a questão das recordações negativas - o cérebro nos protege das lembranças amargas. Era em quadrinhos, falava sobre abuso emocional, dependência emocional (argumentava que, de fato, era dependência química), etc.
O que me chamou mais atenção e o qual não pude folhear (porque o amigo que esperava chego na hora) era um sobre as 10 mulheres que somos antes dos 35. Bem, estou até agora a imaginar quantas já fui, já que estou no ápice dos meus 25 anos.
(continua)
domingo, 27 de setembro de 2009
Kley e a gente

Aí Kley teve uma parada respiratória. Vi um atropelamento de uma criança pelo carro da frente. O menino correu na avenida do nada. Minha irmã desesperada e eu sem reação. Kley é internado. O carro, deixado na frente de casa por causa de tristeza, quase arrombado. Saio da oficina, bato numa moto. Minha mãe lembra dos sonhos da semana e deixo Porto somente pro domingo. Despacho Marilia pra lá. De choro, basta o meu. Ou choro por ela, ou por Kley. Por dois, é muito. E é melhor chorar na frente do mar que na frente da parede branca do quarto dela.
Fico em casa. Sem graça, abraçada nas gatas, triste. Sorte que tenho amigos. Muitos, maravilhosos. Anjos. Todos com carinho para dar numa hora que poderia ser banal para tanta gente. Era só um cachorrinho, já velho, já cego, já feio. Com mau cheiro. Que usava fralda descartável e acordava a casa toda todas as madrugadas.
Só que era Kley. Ele corria atrás de galinhas, corria para não apanhar dos gatos. Levou susto de sapo cururu. Achava que era um pastor alemão. Derrubava as roupas da minha mãe no chão quando ela não estava em casa. E tinha ciúme das mulheres da família.
Kley me salvou de namorar um carinha que estava nem aí pra mim. Uniu-se a Marilia e expulsou o dito cujo aos latidos agudos dele. Kley chegou numa caixa aqui em casa, amarelado, cor de caramelo, fofo. Dia 30 de agosto de 1993. Quarenta dias depois de nascer. Ele só gostava de ração de gato, fã de peito de galinha e chocolate. Fugia de casa apaixonado pelas cachorrinha da esquina. Tinha bigode bem tosado, em homenagem ao meu pai.
Kley era especial. Querido pelos meus amigos, pelos meus tios. Minha avó, que nem de bicho gosta, chorou. Ele foi tão doce que esperou minha mãe viajar pra poder partir. Pra poupá-la.
Kley, você foi pro céu dos cachorrinhos. Encontrar seu pai, Ícaro, sua mãe, Fada, e seus irmãos. Você foi levar alegria e bagunça pra lá. Arranjar umas namoradas e comer bem muito filé de peito de frango grelhado. A gente levou pra você na clínica, mas você queria o do céu, que era mais gostoso. Obrigada, meu cachorrinho, obrigada por tudo. Como disse ontem ao me despedir: todos nós amamos muito você.
terça-feira, 22 de setembro de 2009
A Torre
Nantes - Beirut
Well it's been a long time, long time now
Since I've seen you smile
And I'll gamble away my fright
And I'll gamble away my time
And in a year, a year or so
This will slip into the sea
Well it's been a long time, long time now
Since I've seen you smile
Nobody raise your voices
Just another night in Nantes
Nobody raise your voices
Just another night in Nantes
A Temperança
sábado, 19 de setembro de 2009
Medo de primavera ou Do Instinto
Escrevo para concentrar os olhos num único ponto. E dar lugar para as mãos e dedos. As pernas que se contorcem entre cadeira e chão e coxas. As coxas que possuem vida própria e seguem o que lhes der vontade e prendem entre elas aquilo que lhes carece. A vontade que escurece e ilumina. Mais ilumina, por que vontade é sempre bonita.
Vontade é sempre leveza. Vontade é que tem razão. Vontade é um sorriso. Qualquer um. Desde que seja.
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Para todos e qualquer um

segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Lili e o mundo
Casa de mãe Joana
Mas vem cá? Não somos todos assim? Emaranhados, colchas de retalhos mal costurados? Quando criança, criei minha própria grife de roupas de Barbie - a Kolinha. Para quê usar linha e agulha, que complicava, enganchava e me fazia perder a ponta da costura? Cola Tenaz nas pontas dos tecidos que sobravam das costuras de vovó. Mais rápido e mais prático. Só não era à prova d´água. E ainda podia ter elástico por dentro.
Tem gente que ganha tempo pra desencavar aquilo que precisa por causa da organização. Por medo, desleixo ou sei lá o quê, jogo tudo em qualquer canto, passo por cima, acumulo. Deixo pelos espaços. Acho a bagunça uma coisa linda. Vai ver por isso nunca curti lego. Não dobrava, não desafiava a lei da gravidade, deixava tudo reto, alinhado, estruturado.
O bom é o desarranjado, o inesperado, o monstrinho. Feito aquele desenho animado do Natal - dos duendes e dos gnomos. Até hoje, não sei qual deles queria ser. Ah, e por que temos que escolher, excluir? O bom é tudo junto, misturado. Não abra a porta. Não torne a chave. Vai que Pandora se joga em cima de você.
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Medo - 1/10000000
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Fato do cotidiano
- Tem três Mariana Maciel
- A última, que tem Nepomuceno do lado. Essa. Eita! Apaga esse dependente!
- Apago, aqui a gente apaga, adiciona
- Melhor que orkut, né?
- Vem mais pra cá
- Agora, tem foto é?
- Cara de intelectual, humm.
- De nerd, né
- Mas dá pra ver que é você, mesmo que mude o cabelo
- É tirasse o moicano, né?
- Dava trabalho, e tinha que pedir sempre pra alguém fazer a trança
- Ei, esse dependente aí existe mais não. O último!
- Ah, tá. Olha, no sábado você faz pacote pro feriadão.
- Tá, venho sim. Oh, apaga esse dependente. Esquece não, rs. Tem troco pra cinquenta?
- Tem sim. Olha os DVDs
- E apaga esse dependente!
- Todos?
- Não, mainha fica, né? Nem quero e mesmo e se quisesse, mãe a gente não deleta do cadastro.
Digressão:
Ou seja, mesmo depois de fazer toda a faxina energética - jogar um monte de cacareco bregoso fora, o meu passado amoroso resiste logo em um dos lugares onde mais afogo minhas mágoas e dores de cotovelo - na locadora. (Os outros lugares são beira mar de Olinda, Bacana da 12 de Março, casa das meninas, livrarias e algum bar de começo de noite).
Nos meus períodos pós-fora, além de passar por um certo isolamento nos finais de semana (é muito mais legal ingerir álcool na quarta-feira que na sexta), procuro refúgio nos livros (poucos) e nos filmes (muito). Ah, e no bom e velho vinho (bastante). Posso ser muderna como for, mas cerveja me parece bebida de ogro. Cheira mal, é de cor estranha, deixa gosto forte na boca e é totalmente sem charme. Se é pra dar uma de descolada e beber em garrafa, compro uma Ice, cujo teor alcóolico é semelhante.
Vamos lá, de volta. Que absurdo! Um resumo do meu passado lá, estampado, onde eu menos me lembraria, junto com todas as minhas preferências cinematográficas! Anotado junto do relatório das minhas referências imagéticas dos últimos sete, oito anos, sei lá.
Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças. Vou até voltar a ler o trecho de Tristão e Isolda de Pope.
sábado, 29 de agosto de 2009
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Contemplação
terça-feira, 11 de agosto de 2009
Rupestro
“Mãe, a senhora tem um bom coração. Meu pai tem um bom coração. Minha irmã, Marilia, é meio estranha, mas tem um bom coração. Meu cunhado, Michael, também tem um bom coração. Meu cachorro Kley e as gatas Ferrugem e Dengosa (mesmo que não tenham sido assim batizadas) são animais de bom coração”.
Recordações de uma noite de lua cheia, regada a um delicioso vinho italiano frutado, para depois dar lugar a licor limoncello, caseiro e não menos delicioso.
Às vezes, precisamos quebrar barreiras. Por menores que elas sejam. Primeira vez na vida que vomitei por causa de bebida. O que não me permiti na adolescência veio agora. Antes tarde do que nunca.
sábado, 8 de agosto de 2009
Lua Cheia
Take the last train to clarksville,
And I’ll meet you at the station.
You can be be there by four thirty,’cause I made your reservation.
Don’t be slow, oh, no, no, no!Oh, no, no, no!
’cause I’m leavin’ in the morning
And I must see you again
We’ll have one more night together’til the morning brings my train.
And I must go, oh, no, no, no!
Oh, no, no, no!
And I don’t know if I’m ever coming home.
Take the last train to clarksville.
I’ll be waiting at the station.
We’ll have time for coffee flavored kisses
And a bit of conversation.
Oh... oh, no, no, no!Oh, no, no, no!
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Eterno retorno
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Aspectos gerais
Se algum homem vier se meter a besta e ousar fazer algum plano comigo com prazo de validade de expiração longa, que envolva as palavras “vida”, “amor” e “sempre”, além de um belo fora ganha de brinde um curso básico de cinema com títulos bastante interessantes. Só abro exceção aos meus amigos – seres masculinos que não me olham com intenções românticas e que já possuem um lado feminino bem resolvido (apesar da testosterona sempre presente de boa parte deles).
O dito cujo que falar perto de mim “futuro”, “casa”, “filhos” vai ter que assistir e ser sabatinado intensa e repetidas vezes os seguintes filminhos, no primeiro módulo
1) Prova de Amor (All the real girls)
2) Um cara quase perfeito
3) Procura-se Amy
4) Garçonete
5) O casamento de Rachel
Obs.: Por motives de força maior, estou com pequenos lapsos de memória e não torno a lista mais recheada.
quinta-feira, 2 de julho de 2009
Alta noite já se ia
Capítulo 2
Longe
(Arnaldo Antunes)
Onde é que eu fui parar
Aonde é esse aqui
Não dá mais pra voltar
Porque eu fiquei tão longe, longe
Onde é esse lugar
Aonde está você
Não pega celular
E a Terra está tão longe, longe
Não passa um carro sequer
Todo comércio fechou
Não tem satélite algum transmitindo notícias de onde eu estou
Nenhum e-mail chegou
Nenhum correio virá
Eu entre quatro paredes sem porta ou janela pro tempo passar
Dizem que a vida é assim
Cinco sentidos em mim
Dentro de um corpo fechado
No vácuo de um quarto
No espaço sem fim
Aonde está você
Por que é que você foi
Não quero te esquecer
Mas já fiquei tão longe, longe
Não dá mais pra voltar
Eu nem me despedi
Aonde é que eu vim parar
Por que eu fiquei tão longe, longe, longe, longe
Longe, longe, longe, longe
domingo, 28 de junho de 2009
Rapunzel cortou suas tranças porque não quer sair da torre
Lili, depois do descanso promovido pelo tédio dos que não querem enxergar aquilo que devem fazer, encontrou um papiro com algumas indicações. Provavelmente, ali estariam as tarefas ordenadas pelas três criaturas indesejadas. A primeira tarefa seria dar algum tipo de resposta criativa ao questionamento de um pensador do tempo antigo, de um outro mundo, totalmente desconhecido por ela. Um tal de Zenão, cheio de ideias estranhas e complicadas. Ela teria que dar um jeito bem engenhoso de fugir da própria sombra. Lili lembrou de Peter Pan e suas desventuras com a sombra lá dele. E se viu encrencada.
Uma outra tarefa era transformar-se num bicho estranho, um tal de suricato. Algo assim. E tirar a farpa do pé de um leão tristonha, que vivia isolado nas montanhas. E como Lili faria isso? Ela não sabia.
Serviria pó de pirl...alguma coisa? Haveria uma fada para dar uma mão? Um cogumelo encantado? Nada. Nenhum pensamento poderia ajudar. Lili não obteve resposta do amigo distante. Ela sentia calafrios quando pensava nele e imaginou que ele poderia estar em tantos apuros quanto ela. Sentiu raiva e agonia, por que ela poderia lhe pedir ajuda e ele sequer confiara nela? Existe rancor pra tudo neste e nos outros mundos.
Então, Lili resolveu fazer tudo ao contrário do que ela havia lido nos contos de fadas. Deveria encontrar algo que fosse o segredo daquelas três esquisitas. Percebeu que continuava no alto da torre ondas as bruxas a levaram. Lembrou de Rapunzel e suas tranças enormes, instrumento que facilitou a sua fuga com o príncipe amado. Lili, garota meio rebelde, meio dona de pensamentos demais, olhou para suas madeixas. Estavam na altura dos ombros, com pequenos suaves cachos nas pontas. Pensou naquele papo de regras e exceções. Não deu outra. Agarrou uma tesoura velha e enferrujada deixada por uma das mulheres (seriam elas as três moiras, as parcas?) e livrou-se de mais da metade do cabelo. Sabia ela que as tarefas deveriam ser dela somente. E que nenhum príncipe chegaria em seu auxílio.
segunda-feira, 22 de junho de 2009
trecho 1
(Vita Brevis, de Josteim Gaarder)
A gente pode fugir do que quer que seja, menos de nós mesmos. Sempre retornamos, de uma maneira ou de outra. Sabe a pedra que afunda e arrasta junto para o chão do mar? Uma grande amiga foi organizar o guarda-roupa. Um grande amigo veio de férias ao Recife. E ele nem se apercebe de férias.
Ela me devolveu dois livros, emprestados a uma colega de colégio, e um antigo diário, de quanto eu tinha 11 anos e o mundo nas mãos. Quem me dera ter a auto-estima daquela época. Em que espelho eu me via? Tão segura, tão decidida, tão certa de mim mesma. Aos 11 anos. E depois, me perdi? Nas fotos das viagens do colégio, eu nem apareço. Porque eu odiava sair em fotos. Me achava feia, horrorosa, bochechuda e com cara de idiota. Só tirava foto de paisagem. Meus pais pensaram que era invencionice minha, esquisitice. Minhas amigas acreditavam que era porque eu queria ser artista. Nada, me achava feia e só. E não queria ter raiva depois. Sem lembrar que usei aparelho. Com os álbuns nas mãos, lembrei das fotos que eu tirei. Nem nas máquinas dos outros eu suportava ter meu rosto registrado.
E os livros? Megera Domada e Vita Brevis. Nem precisa dizer nada. Datam de 2000. Posso lembrar exatamente do sentimento de quando lia cada uma das duas obras. Onde estava. Ela também me entregou um artigo antigo da faculdade. Minha amiga sequer imagina a quantidade de pendências trazidas de uma só vez. Feito a chuva de hoje. Tão bonita, tão intensa. Deixou a avenida toda escura, sem luz. Aos 11 anos, eu teria pego velas para brincar a noite inteira e só reclamaria dos mosquitos.
domingo, 21 de junho de 2009
Sexta-feira, na volta pra casa
Sometimes I feel like I don't have a partner
Sometimes I feel like my only friend
Is the city I live in, the city of angels
Lonely as I am, together we cry
I drive on her streets 'cause she's my companion
I walk through her hills 'cause she knows who I am
She sees my good deeds and she kisses me windy
I never worry, now that is a lie
Well, I don't ever wanna feel like I did that day
Take me to the place I love, take me all the way
I don't ever wanna feel like I did that day
Take me to the place I love, take me all the way
Yeah, yeah, yeah
It's hard to believe that there's nobody out there
It's hard to believe that I'm all alone
At least I have her love, the city she loves me
Lonely as I am, together we cry
Well, I don't ever wanna feel like I did that day
Take me to the place I love, take me all the way
Well, I don't ever wanna feel like I did that day
Take me to the place I love, take me all the way
Yeah, yeah, yeah
Hold me, oh no, no, yeah, yeah
Love me, I say yeah, yeah
(Under the bridge downtown)(Is where I drew some blood)
Is where I drew some blood(Under the bridge downtown)(I could not get enough)
I could not get enough(Under the bridge downtown)(Forgot about my love)
Forgot about my love(Under the bridge downtown)(I gave my life away)I gave my life awayYeah, yeah, yeah(Away)No, no, no, yeah, yeah(Away)No, no, I say, yeah, yeah(Away)
Here I stay.
A primeira da lista dos Red Hot.
domingo, 14 de junho de 2009
Sentidos dispersos
quinta-feira, 11 de junho de 2009
Toda Bêbada Canta ou Bom Senso Racional
Vai ver que pra amizade ser selada é preciso ritual. Casamento tem que ser na frente de juiz, nascimento na maternidade de no cartório. Amizade, menos formal, mas mais importante precisa de festa, de alegria, de história pra contar depois. E amizade vem sem jogo, sem mistério, sem tática de conquista. É algo que pertence ao reino do já foi. Quando menos se espera, estamos lá, de novo, dividindo tudo. Não precisa de frio na barriga antes de telefonar nem imagina se foi hora certa ou errada de chegar. É o arrebatamento mais doce do mundo. Mais querido. Pra nossos amigos que a gente olha e diz que é maravilhoso viver. E amar.
*Registro: originalmente, a letra de Toda Bêbada Canta, de Silvia Machete acompanhava o post. Depois, fiquei em dúvida entre essa e Bom Senso Racional, de Tim Maia. Ambas fizeram parte da trilha sonora da segunda acima descrita. Aí, bem, quem pensa que tem dois pássaros na mão, termina com os dois voando.
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Sabedoria materna

Praga de mãe sempre pega. Conselho de mãe deve ser seguido. E por que não critério de mãe? Sim, critério feito e ordenado pela mãe. Nossas queridas e amadas eternas protetoras. No auge dos meus 25 anos de idade, com muita pompa e circunstância, passei para ela o bastão. Ela que decide, a partir de agora, os marcos da minha vida. Aqueles que ela sabe, claro. Ou que ela lembra. Claro que toda mãe, com um mínimo de proximidade de sua cria, possui uma vaga idéia dos principais marcos da vida da prole. Mainha só não lembra como nasci (cada regra tem sua excessão) porque ela estava em convulsão no momento. Para isso, existe meu amadíssimo pai que não se nega a narrar com detalhes a confusão que ele fez ao achar que convulsão e parada cardíaca são a mesma coisa e devem ser solucionadas com pressionamentos no tórax. Daí nasce o critério número 01. Se a mãe não sabe, é então porque não foi sério e urgente, logo não pode ser um marco na vida de ninguém.
*A imagem do post pode ser obtida colocando "mãe moderna" no google imagens
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Mr. Right? parte 2 ou Co-incidências 2
No fim do ano passado, parei para prestar atenção na música abaixo. Tudo que eu precisava, no momento, era ouvir exatamente aqueles versos. Principalmente, o trecho: “Be good to yourself, 'Cause nobody else, Has the power to make you happy”. Até então, aquela era a canção do tchururu, tocada vez por outra na rádio favorita da minha mãe. Mas era à noite, era quase dezembro ou já dezembro. E foi um período bastante intenso. Somente um homem gay poderia ter escrito algo desse tipo. Perfeito para derreter qualquer mulher. Presente maravilhoso para qualquer moçoilo hetero. Provavelmente, ele escreveu a letra em homenagem a pessoas despedaçadas emocionalmente por qualquer ser de qualquer gênero que deveriam se deixar reconstruir.
Bem, se os machos heterossexuais fossem espertos o bastante, estariam cercados de confidentes gays. Haveria relacionamentos mais felizes. Homens gays conhecem o percurso para o coração de uma mulher de forma incrível. Tanto que, para eles, conquistar uma dama deve ser algo tão sem graça que eles se aventuram com rapazes. Bem, deve haver vários heteros gratos a George Michael por ter composto Heal the Pain. Eu mesma, uma pequena senhorita, agradeço imensamente.
P.S.: Com Sir Paul é melhor. Um raro caso em que a versão supera a original.
Let me tell you a secret
terça-feira, 2 de junho de 2009
6th Avenue Heartache
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Detalhes tão pequenos de nós duas ou Penélope e seu primeiro drinque pink
- Aí você faz assim (som de buzinada leve), porque ela agradeceu. Então, você responde.
- Ah, pai, agora já posso cumprimentar os outros, não é?
Depois que começou a pegar carona comigo todas as manhãs, meu pai só reclamou comigo uma vez. Ops, três vezes. Uma porque passei num buraco. Duas porque freei em cima do carro da frente. Ele pediu pra avisar antes pra que ele não morresse do coração de manhã cedo. Informação importante: O expediente no trabalho é às 8h. Saio de casa no mais tardar às 6h30 (antes era às 6h10). Motivos claros.
A grande piada do dia em que peguei a habilitação é que me curvei (e esqueci do volante) para agradecer a um motorista. Destra por educação (fotos provam que nasci canhota), não poderia dar um sinal de “valeu” com a mão esquerda. Se eu estivesse na Inglaterra, teria sido poupada dos resmungos do meu pai, semelhantes ao do Capitão Nascimento (“Alguém lhe agradeceu? Alguém lhe agradeceu? Então, você não agradece a ninguém, ouviu!”).
Ontem, super segura depois dos elogios dele de que eu estava dirigindo como uma adulta, resolvo não voltar do trabalho para casa e vou com uma amiga espairecer no shopping. Parei no caminho, estacionei muitíssimo bem (tirando o fato de que não alinhei os pneus), vou por um novo percurso e chego lá, toda toda. E vem o momento de estacionar. Quinze minutos depois de muitos pra frente e pra trás, reclamo a falta de pessoas de boa vontade para ajudar. Os céus ouvem minhas preces e surgem senhora e filha super simpáticas para dar aquele help na manobra. Desço do carro, entrego as chaves e ainda peço para colocar de ré na outra vaga. “Porque tirei a carteira agora e não iria saber sair”. A boa ação foi feita pelas duas mulheres, porque se fossem homens iriam dizer gracinhas e não seria boa ação, seria divertimento alheio.
Animadíssima com minha aquisição da Antologia Poética de Cecília Meireles e de uma coletânea de entrevistas da Rolling Stones (apropriada pelo meu pai, fazer o quê se ele tem bom gosto?), sigo para casa de farol aceso, quinta marcha engatada, a 80 Km/h, contente e saltitante (afinal, reduzir marchas ainda é um problema). E, responsavelmente, vou completar o tanque. Penélope não fica de copo pela metade, criando peixe. Muito chique, também só bebe destilado amarelinho.
- Moça, quer checar o radiador e o óleo?
- Só o radiador. Onde abre o capô, moço? (Tenho trauma porque vi um dia um celta - ou seria um fiesta, não lembro mais-, a fumaçar e a queimar mão de gente porque o deixaram sem água. E olhe que ali havia uma setinha que não existe no meu mostrador!!! Pelo menos que eu tenha percebido). Detalhe: aí, o frentista percebeu meu analfabetismo funcional*.
- Tem que colocar um líquido rosa, porque já baixou.
- Ta certo.
- É R$18,50.
E lá vou eu. Feliz, comemorando com Penélope sua evolução de destilados amarelos para drinques coloridos. Toda orgulhosa, conto a meu pai dos acontecidos.
Bem, o resto. Ele abandonou a versão Capitão Nascimento e foi meio House. Terminei a noite lendo o manual do carro*.
* Linguagem automobilística é muito complicada, com desenhos estranhos e palavras esquisitas. O que danado é um relé??? Só conheço ralé. Todo analfabeto funcional tem vergonha de se acusar. Eu já tinha derrubado a máscara na hora em que falei que não sabia abrir o capô. Não iria ligar pro meu pra perguntar nada. Veja só, Cosma era uma mulher forte, mulata robusta, que votava na seção em que fui mesária por quatro anos. No início, ela aceitava melar o dedão e carimbar no lugar da assinatura. Na última vez dos meus préstimos lá, Cosma já copiava o nome dela. No lugar do dedão, desenhava letra por letra as palavras que estavam abaixo. Bem, Cosma é minha desculpa. Mal ajambrada, mas, enfim.
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Você não serve pra mim

Aviso: Dedicado aos que me chamam de chata. A melhor forma de exorcizar um trauma parece que é assumi-lo.
A percepção disso veio aos poucos. Primeiro, quando discuti a preferência de um amigo meu por RC. Notei que sabia a maioria das letras. Depois, naqueles momentos de crise. Só surgia Fera Ferida na cabeça. Em dias de TPM, Pode vir quente que estou fervendo, Você não serve pra mim, Se você pensa. Problemas por causa dos meus impulsos de ariana: Sua estupidez. Embora isso tudo, RC não representava para mim nada que correspondesse a meus critérios (parcos) musicais, muito menos de estilo. Não supria minha advertência chatíssima e preconceituosa erguida contra tudo que tocasse muito em rádios, bares, cenas de novela, etc.
Afinal, os principais caminhos para o nascimento do meu abuso trucidatório e impiedoso contra qualquer expressão cultural é me deparar com o produto em perfis de orkut, trilhas sonoras de novela da Globo ou achar bobagens semânticas na composição. Exemplos recentes (e óbvios até demais): a música que diz “Numa noite estranha, a gente se estranha” e aquela outra que cita passo a passo como mulheres imaturas ainda se acham adolescentes inseguras e ficam repetindo numa monotonia sem fim “Coisas que eu sei”. A primeira pelo menos me arranca risos, a outra me faz suspirar de impaciência. "Pintei meu cabelo, me valorizei" é mais honesto, portanto, menos ruim.
O que dizer, então, de RC? Unanimidade maior entre as grandes unanimidades nacionais da MPB? Estampado em pôster na casa da tia da minha mãe, amor maior de Teresa, a maluquinha que trabalha lá em casa, autor dos versos enviados em bilhetinhos amorosos por um professor da faculdade para suas namoradas? Preciso dizer a meu abuso que tentei. Tentei bastante. Mas, preciso curvar-me ao rei. É, Roberto, é a você que recorro várias vezes em momentos essenciais da minha existência. Ou nem tão essenciais assim. Só não espere que eu encerre o texto dizendo “O importante é que emoções eu vivi”. Tá. Devo-lhe essa concessão. É piegas. Só que é preciso baixar a guarda de vez em quando. Manter sempre os muros da torre levantados é um gasto danado de energia. Ainda mais quando determinadas portas permanecem sempre abertas. Mil perdões, RC, você serve, e como, pra mim.
Uma das favoritas:
Se Você Pensa
Roberto Carlos
Composição: Roberto Carlos / Erasmo Carlos
Se você pensa que vai
Fazer de mim
O que faz com todo mundo
Que te ama
Acho bom saber
Que prá ficar comigo
Vai ter que mudar...
Daqui prá frente
Tudo vai ser diferente
Você tem que aprender
A ser gente
Seu orgulho não vale
Nada! Nada!...
Você tem a vida inteira
Prá viver
E saber o que é bom
E o que é ruim
É melhor pensar depressa
E escolher antes do fim...
Você não sabe
E nunca procurou saber
Que quando a gente ama
Prá valer
Bom é ser feliz e mais
Nada! Nada!...
Se você pensa que vai
Fazer de mim
O que faz com todo mundo
Que te ama
Acho bom saber
Que prá ficar comigo
Vai ter que mudar...
Daqui prá frente
Tudo vai ser diferente
Você tem que aprender
A ser gente
Seu orgulho não vale
Nada! Nada!...
Você não sabe
E nunca procurou saber
Que quando a gente ama
Prá valer
Bom é ser feliz e mais
Nada! Nada!...
Daqui prá frente
Tudo vai ser diferente
Você tem que aprender
A ser gente
Seu orgulho não vale
Nada! Nada!...
Você não sabe
E nunca procurou saber
Que quando a gente ama
Prá valer
Bom é ser feliz e mais
Nada! Nada!...
terça-feira, 26 de maio de 2009
As soon as
E se houvesse uma lei que liberasse todos para banhos de chuva em dias de semi-tempestade? É que no Recife e em Olinda não existem tempestades. Só toró. Haveria tempo que bastasse?
Subverter os prazos. O tempo engole a gente e a gente só percebe quando já foi tempo demais. Abre os olhos, menino! Presta atenção, menina. Anda, anda, anda. Já é quase junho. Já é bem fim do ano.
domingo, 24 de maio de 2009
Co-incidiências
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Futuro do Pretérito
“Se um dia a gente fosse se encontrar pra falar besteira, para desviar a atenção do que é sério e, por isso, bem menos importante, seria assim. Eu iria a sua direção. Você me abraçaria, eu grudaria meu rosto no seu colo. Você passaria uma mão na altura dos meus ombros e com a outra alisaria meu cabelo e beijaria minha cabeça. A essa altura, eu já estaria chorando. Aí você diria que não tem mais o porquê de tanto choro, as tarefas difíceis vão se resolver logo depois que eu descansar. Feito passe de mágica. Aí, de acordo com minha imaginação, é nesta hora em que me afasto. Digo que sou manteiga derretida e pronto. Que choro por tudo. Para tentar disfarçar a importância do encontro. Mas, se você acha tudo diferente e desprovido de lógica, invente outro encontro mais interessante, com direito a lista de passatempos e de brincadeiras...”
terça-feira, 19 de maio de 2009
Coisas de ontem
E estava lá no jornal. Os dois amigos. De um lado, a menina que estava doente e se curou. Do outro, o que estava sadio e foi morto. No mesmo dia, quase na mesma página. A morte onde era vida e a vida onde se temia tanto a morte. A gente nunca sabe o que está por vir. De repente, muda tudo. Às vezes, volta para o mesmo lugar, outras segue por caminhos que nunca esperamos.
Durante o caminho, a gente cria artimanhas para brincar com a sorte. Repete o mesmo cacoete para ver se vinga. Se o destino ajuda, se a fortuna sorri pra gente. Gosto do nunca porque o nunca, nunca é. Ou então o “por um bom tempo”. Que se resolve em menos de um mês. Em 15 dias. Uma semana.
2)
Sentimento quando é bom, de puro sangue, não precisa se explicar em palavras. Na verdade, usa as palavras de desculpa. Para não deixar o silêncio se tornar reinante. Já se viu ter que explicar o que se sente? Então era razão. Porque se não fosse assim qual sentido da expressão “razão de ser”? Razão é algo tão assim assado que para ser tem que se explicar, já nasce se desculpando, pedindo licença, com justificativa assinada e protocolada.
É que nem procurar no dicionário significado de epifania. Deixa lá o Aurélio ter a dele e a Clarice com a dela. Que coisa!
Dias de chuva possuem contratempos, mas só na chuva tem arco-íris. E quem nunca tentou passar debaixo não sabe o que é alegria.
terça-feira, 12 de maio de 2009
Tarefas para Lili
Cantoria
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É a luz do sol que incandeia
Sereia de além-mar
Clara como o clarão do dia
Marejou meu olhar
Olho d'água, beira de rio
Vento vela a bailar Barcarola do São Francisco
Me leve para amar
Eu, em sonho um beija-flor
Rasgando tardes vou buscar,
Em outro céu,
Noite longe, noite longe
Que ficou em mim
Quero lembrar
Era um domingo de lua
Quando deixei Jatobá
Era, quem sabe, esperança
Indo a outro lugar Barcarola do São Francisco
Veleja agora no mar Sem leme, mapa ou tesouro
De prata o luar