Estava ali. Há bastante tempo. Muito tempo. No Ano Novo já devia estar. Mas só chegou no sábado. Foi anunciado em outubro ou novembro, algo assim. "Lembre-se de São Bernardo. É um clássico brasileiro". Um amigo disse. Ficou mais amigo por isso. Ela deveria ter raiva. Deveria gritar. O medo de colocar para fora e com isso deixar ir embora. Por mais que machucasse, não deveria ser expulso. Ser deixado.
Ela foi lá, no restaurante. Naquele. Tijolo por tijolo, sentimento some. Ou cresce. E eram tantos movimentos, tantas novidades. Tanta gente. Que era um brilho, um brilho forte. Feito o do Sol quando surge de manhã cedo, depois de uma madrugada de chuva. Um resgatar da mente quando temos um estalo e lembramos de algo. Precisa dizer mais nada. Quem entende, sabe. Quem pode, lê.
O medo de deixar o ruim ir embora com o bom. O medo de ficar estanque. Nem sempre ir é sair do lugar. A moça estava no mesmo canto. Dava giros e giros e voltava para o mesmo lugar. Ela convulsionava abraçada aos joelhos. Aí lembrava de um banho de chuva inesperado. De fechar os olhos por segundos sem ser percebida. E deixar a chuva. A chuva. Queria pular, queria ficar ali. Ia lembrar sempre daquela chuva. Do quanto precisava ficar ensopada logo naquele dia.
Só faltava um mar cedinho. E o choro seria de alegria. Porque tem moça que não sabe ficar se derramar.
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