É que não sei se sou carnavalesca ou olindense. Minha mãe sempre teve pavor da multidão do Carnaval. Então, só fui conhecer as ladeiras ferventes aos 16 anos. Subíamos pelos quatro cantos de mãos dadas - Silva numa ponta, Márcio Castro na outra. Não podia desatar. É, tem coisa que até hoje Márcio, por melhor amigo que seja de todas nós, não quer nunca saber. Até hoje, não fui para o Galo da Madrugada, vou para o Municipal pela primeira vez este ano, e a trabalho. Até o Ano Novo, não estava no clima de Carnaval. Estava louca para fugir do Carnaval. Procurei primeiro um retiro para jovens da Igreja Católica, num sítio em Igarassu. Depois, um retiro de meditação em Aldeia (ou seria Gravatá).
Mas na virada do ano, lá pelas cinco da manhã, quando a energia ainda não tinha caído (só baixou às 7h30, até lá tive que dançar muito, olhar estrelas, espiar nascer do Sol, caminhar na praia, e outras tantas e tantas coisas, ai ai), veio o frevo. E a tentação bate. A sensação do calor das ruas cheias de gente, o gostinho da água geladinha, a alegria de encontrar os amigos e se jogar nos braços deles.
Logo em seguida, a primeira prévia. Primeiro domingo do ano nas ladeiras do Sítio Histórico. E desce da ladeira da Pitombeira uma orquestra de frevo. E mais na frente vem o som do Maracatu. E meu coração acelerava. E as pernas não obedeciam. Uma agonia, um desespero. Um sorriso no rosto. A tapioca da Sé estava mais gostosa. A Cidade Alta estava cheia de gente, de caras estranhas, desconhecidas. “Olinda, quero cantar” e eu arrepiada.
E foram embora meus retiros, meus momentos de reclusão. Meu desenvolvimento interno vai ter que esperar um pouco porque quando escuto “Não deixe, não, meu bloco campeão”, bate um negócio que fico sem caber em mim. Em tempos de Carnaval, a bagunça interna pede para ser aceita, para ser posta para fora, para ser deixada. Em qualquer lugar, a qualquer hora. Entregue ao surpreendente, ao inesperado. Ao que se anuncia sem nem pedir licença. E existe licença para bagunça?
Leva a gente, toma a gente. Com delicadeza, com carinho. Embora impeça de recuar, de dar o passo de volta. Não gosto das palavras nunca e sempre. São tão metidas. Mas, é carnaval, vai, pode. Seja permitido o exagero. Queria para sempre a sensação de que esse carnaval de dentro não vai terminar nunca.
Mas na virada do ano, lá pelas cinco da manhã, quando a energia ainda não tinha caído (só baixou às 7h30, até lá tive que dançar muito, olhar estrelas, espiar nascer do Sol, caminhar na praia, e outras tantas e tantas coisas, ai ai), veio o frevo. E a tentação bate. A sensação do calor das ruas cheias de gente, o gostinho da água geladinha, a alegria de encontrar os amigos e se jogar nos braços deles.
Logo em seguida, a primeira prévia. Primeiro domingo do ano nas ladeiras do Sítio Histórico. E desce da ladeira da Pitombeira uma orquestra de frevo. E mais na frente vem o som do Maracatu. E meu coração acelerava. E as pernas não obedeciam. Uma agonia, um desespero. Um sorriso no rosto. A tapioca da Sé estava mais gostosa. A Cidade Alta estava cheia de gente, de caras estranhas, desconhecidas. “Olinda, quero cantar” e eu arrepiada.
E foram embora meus retiros, meus momentos de reclusão. Meu desenvolvimento interno vai ter que esperar um pouco porque quando escuto “Não deixe, não, meu bloco campeão”, bate um negócio que fico sem caber em mim. Em tempos de Carnaval, a bagunça interna pede para ser aceita, para ser posta para fora, para ser deixada. Em qualquer lugar, a qualquer hora. Entregue ao surpreendente, ao inesperado. Ao que se anuncia sem nem pedir licença. E existe licença para bagunça?
Leva a gente, toma a gente. Com delicadeza, com carinho. Embora impeça de recuar, de dar o passo de volta. Não gosto das palavras nunca e sempre. São tão metidas. Mas, é carnaval, vai, pode. Seja permitido o exagero. Queria para sempre a sensação de que esse carnaval de dentro não vai terminar nunca.
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