tag:blogger.com,1999:blog-16073677681104220142024-03-19T07:19:48.074-03:00Outros CarnavaisUnknownnoreply@blogger.comBlogger141125tag:blogger.com,1999:blog-1607367768110422014.post-25827193010745047372011-01-15T14:27:00.000-03:002011-01-15T14:28:19.668-03:00MudançaMudei pro wordpress.<br />www.aestruturadabolhadesabao.wordpress.comUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1607367768110422014.post-17535476368123882772010-09-28T22:20:00.002-03:002010-09-28T22:27:42.128-03:00PaciênciaPrimeiro estágio: analisar perfil; equacionar estratégias de abordagem; consolidar imagem; definir identidade e programação visual; benchmarking; estudar mercado e possíveis concorrentes; etc.<br /><br />Segundo estágio: manter aberto canal de diálogo; atentar-se para possíveis ajustes; reforçar posicionamento;etc.<br /><br />Aí meu analista insiste, sessão após sessão, no porquê fujo de relacionamentos.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1607367768110422014.post-72269114316680456112010-09-27T22:13:00.002-03:002010-09-27T22:26:35.678-03:00I´m not in loveEu gostaria bastante de não ter vergonha de discutir política. De pegar pela mão cada indeciso e empurrá-lo de cima do muro. Se bem que andar em cima de muro é uma grande aventura. Dia desses, vou tirar uma tarde pra fazer isso.<br /><br />Uma manhã, vou me matricular num curso qualquer só pra matar aula. Vou esperar chover, chover bem muito, pra sair da aula numa carreira só, pra me encharcar e voltar pra sala. Pingando em tudo. Será que assim se vira pingo d´água? Deve ser bom. <br /><br />Parece bom também pedir algum menino em namoro. Só que não deve dar muito certo. Vou anotar pra fazer na próxima sexta-feira.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1607367768110422014.post-76308404035886597622010-09-22T20:25:00.004-03:002010-09-22T20:51:43.412-03:00Love me tenderHoje, voltei para casa com o cd de Jeff Buckley no carro. Você nem deve saber que eu gosto disso. Pensei em parar na beira-mar, como eu fazia depois de falar contigo no telefone. Onde tantas vezes falei contigo por telefone. O lugar dos domingos com sorvete. O lugar aonde mais fui quando sentia tua falta. E vou misturar as pessoas do pronome. Nem vem que isso não é hora de me aperrear com o Português. <br /><br />Você nem deve se lembrar do show que chamei você pra ir comigo. Já passou. É, eu fui. Sim, sim, foi bem bonito. Tinha bonecos de pano que se mexiam e cantavam. É, é uma indireta. Você ligou um dia antes mas preferi não lhe chamar de novo. Pra quê?<br /><br />Tem bem um continente entre tua mão e a minha. Há três meses, eu achava que demoraria só seis pra gente morar junto. <br /><br />Não, não diz isso. Não. Para. <br /><br />É que eu fico muito pequena nesse teu mundo grande.<br /><br />Não parei na beira-mar hoje. E até achei que fosse chorar quando ouvi Jeff Buckley (eu chorei tanto, tanto já). Só que não saiu nem uma lágrima. <br /><br />Daqui. Pra frente? Daqui a uma semana, dois anos. Era o tempo que faltava pra gente casar, lembra? Ainda bem que não comprei aquelas louças. Você deve ter tido um pressentimento. <br /><br />Queria pegar de volta o violão. Sabia que parece que eu sou canhota? Ah, o saca-rolha também. Sim, eu sei que o meu é melhor mas sei lá que vinho ruim você vai abrir. E eu tenho minhas músicas para compor. Por sinal, manda pra mim aquela letra que fiz pra tu. Deletei do meu e-mail depois te enviar. Falava de Carnaval e das ladeiras de Olinda. <br /><br />É, é sim. Eu também acho que a gente podia nem ter se encontrado. Tá. Eu fui teimosa.<br /><br />Que bom que estamos em paz.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1607367768110422014.post-2268926347152171462010-09-11T15:33:00.001-03:002010-09-11T15:34:13.251-03:00DesterroJosé Cláudio, pega a letra da música. E percebe que eu menti pra você. Rá! Ass.: Felisberta.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1607367768110422014.post-43763649635965317502010-08-16T19:34:00.002-03:002010-08-16T19:47:27.051-03:00Um por diaAmei você 18.<br />Dez oito.<br />Ou foram vinte?<br /><br />As senhoras daquele tempo<br />Que nem era meu<br />Diziam sempre algo de biscoito e oito.<br />Pus dez na frente pra dar sorte.<br /><br />Amei você o alfabeto.<br />Com algumas letras repetidas.<br />Escrevi o que você não vai querer saber.<br /><br />Risquei meu corpo.<br />Fiz adorno do que nem pensava pensar.<br /><br />Eu não sabia o que fazer<br />Sem você por perto.<br /><br />Fiz tudo pra você não achar certo<br />E dizer da minha vida:<br />Perdida.<br /><br />Encerrei a conversa num beijo.<br />Antes de você contar<br />Que amou uma só.<br />Decorou só um nome.<br />Viu a flor em só um cabelo.<br />Num só vestido.<br /><br />Porque, eu sempre soube.<br />Disso, eu sempre soube.<br /><br />Em matéria de amor,<br />muito, pode ser muito pouco.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1607367768110422014.post-8894859365462813752010-08-16T19:26:00.002-03:002010-08-16T19:30:42.281-03:00Ensaio 2Moço de calça xadrez<br />Traz o sorriso de uma vez<br />E vem pra cá<br /><br />Deixa os sentimentos no bar<br />Que é onde eles devem ficar<br />Numa garrafa de vinho<br />Tem mais paixão<br />Se não tiver, ela chega num gole<br /><br />Ou em dois. Três taças e sou sua.<br /><br />Porque não sou mulher de pensar muito.<br />Se penso, fujo.<br />Se fujo, não volto.<br /><br />Tudo porque você usa calça xadrez e sente demais<br />Sente o mundo<br />Sente fundo<br />Sente medo<br /><br />Se eu tivesse medo, seria a Dona Baratinha<br />Com dinheiro na caixinha.<br /><br />Não batia carro, não fazia estrago<br />Com as letras do teclado<br />Com o teclado dos outros, banhado em vinho.<br /><br />Se eu tivesse medo, teria paciência<br />E sorria de complacência<br />pelas suas calças xadrez.<br /><br />Eu até gosto delas.<br />Falo menos<br />Tira elas.<br /><br />Porque xadrez nem sei jogar.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1607367768110422014.post-18938434640032983892010-08-16T19:23:00.002-03:002010-08-16T19:26:24.048-03:00Ensaio 1Se eu levasse rima a sério<br />Não fazia da letra sacrilégio<br />Nem do caderno, bagunça<br />Não deixava amor por aí<br /><br />Amor por ali<br />Amor nenhum aqui<br /><br />S eu levasse rima a sério<br />Falava palavrão e gesto com as mãos<br />Deixava de ser boa moça<br />E assumia a levada<br />Desentoada<br />Desgraçada<br />Feito o que dizem do resto da feira<br /><br />Mas é só brincadeira<br />Porque da rima faço graça<br /><br />Faço piada, piso em cima<br />Esmago coração<br />Pra que coração?<br /><br />Coração mandei correrUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1607367768110422014.post-36193538434044321502010-08-07T20:36:00.002-03:002010-08-07T20:42:38.522-03:00I´m not thereEste exato momento não se trata de uma 20h37 de um sábado à noite. Quem escreve não é uma jovem senhora de 26 anos. Não mesmo. Neste exato momento, nada disto existe.<br /><br />O que o leitor lerá, a partir de agora, são trechos extasiantes de uma noite de fim de semana.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1607367768110422014.post-47251399801367311422010-07-16T21:22:00.005-03:002010-07-16T22:10:48.702-03:00O que fazer em caso de<div align="justify">Já estava com 16 anos e não via graça nenhuma em plantar árvores. Filhos, demoraria ainda. Precisava começar a pensar no livro. Vai que morre ao atravessar a rua? Morte por distração. Seria bem seu fim.</div><div align="justify"></div><div align="justify">Foi pesquisar, decisão já tomada. </div><div align="justify"></div><div align="justify">A livraria organizava tudo por ordem alfabética, não por assunto. E era enorme. Sem fim. Ela ficou deslumbrada com aquele tamanho todo. Depois, pensou que, ao voltar ali, talvez achasse o lugar menor. Então, talvez não fosse o tamanho. Fosse os tons avermelhados das paredes. A impressão vermelha daquilo tudo. Não usava muito vermelho. Então, por quê? Era momento. Deveria ser momento.</div><div align="justify"></div><div align="justify">Aquela organização não ajudava. Se fosse como tradicionalmente era, também não ajudaria. Como ela poderia saber o que poderia contar? Vivera pouco? Ela precisava de respostas. De um manual, bem indexado (um manual com um bom índice é manual bem indexado? Não sabia). Seria algo assim: "Como viver e saber que viveu de verdade - faça o teste e avalie".</div><div align="justify"></div><div align="justify">Dez anos se passaram.</div><div align="justify"></div><div align="justify">Agora. Era urgente. Chovia bastante, o trânsito engarrafado, a vida pelo avesso. A reaparição dele. Do sem nome. Leu por aí que pessoas de boa crença não falam no nome do diabo para evitar aproximação com ele. Ele de demônio, nada. Mas era impronunciável. Ela vigiava pensamento, vigiava esquecimento para não deixar escapar qualquer lembrança solta por aí.</div><div align="justify"></div><div align="justify">Andava perto do mar pra ver se o sal e o sol serviam de descarrego. </div><div align="justify">Trancou coração para que ele não se anunciasse por aí. Deixava só uma janela aberta pro caso de alguém, cujo nome pudesse ser dito, pudesse se oferecer para entrar.</div><div align="justify">Agradecia a chuva e pedia para que lavassem sua alma.</div><div align="justify">Contou os dias para o Ano Novo e pulou ondas.</div><div align="justify">Contou os dias para o Ano Novo Maia e para o Dia Fora do Tempo e acendeu incensos.</div><div align="justify">Bebeu vinho e provou novos pratos.</div><div align="justify">Virou noites e viu nascer dias.</div><div align="justify">Foi para todas as festas e ...</div><div align="justify"></div><div align="justify">Nada. Nada.</div><div align="justify"></div><div align="justify">Nada.</div><div align="justify"></div><div align="justify">Papel e lápis em mão, escreveu:</div><div align="justify"></div><div align="justify">"Caras pessoas que cuidam disto aqui. </div><div align="justify"></div><div align="justify">Peço um tanto de atenção e um bocado de paciência. Os governos cuidam de explicar o que se deve fazer em caso de desastre. Os bombeiros, o que fazer em caso de incêndio. Salva-vidas, o que fazer em caso de afogamento. </div><div align="justify"></div><div align="justify">Será que vocês"</div><div align="justify"></div><div align="justify">Amassou e jogou fora.</div><div align="justify"></div><div align="justify">O caso dela era muito pessoal e particular. E, cada caso é um caso. Os clichês são verdades que a gente tenta não ver. Às vezes. Afinal, toda regra tem lá sua exceção. </div><div align="justify"></div><div align="justify">Foi para casa. Quando ficasse mais velha, escreveria o livro. Já era mais velha. Aquilo tudo era demais, oras. Resolveu que precisava viver. Ainda poderia morrer por distração. </div><div align="justify"></div><div align="justify">Pegou o caderno e rascunhou a primeira frase.</div><div align="justify"></div><div align="justify">"O que fazer em caso de amor"</div><div align="justify"></div><div align="justify">(Sem pontuação. Amor não avisa se chega com ponto ou com vírgula. A moça não se arriscaria)</div><div align="justify"></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1607367768110422014.post-64771789403487020292010-07-04T14:05:00.003-03:002010-07-04T18:06:46.177-03:00She´s not there<div align="justify">Um coração partido, novamente partido, obriga qualquer uma a deixar o relógio em casa. A tomar um bom vinho, ou um não tão ruim assim. Um coração novamente partido, recentemente remendado e prontamente partido de novo, faz a noite se mostrar. Mesmo que não chegue com lua cheia e as estrelas que fazem um pontilhado sem muito sentido naquele azul celeste tão acolhedor quanto o azul próximo da areia da praia. </div><div align="justify"></div><div align="justify">Um coração partido torna tudo mais engraçado. E divertido. Por que, afinal de contas, para que serve o desamor se não para nos dar lágrimas de imeditado e risos no porvir? Um coração partido, quanto mais tempo partido, e mais ridículo pelo tempo raro gasto, é uma grande piada. </div><div align="justify"></div><div align="justify">A menina retornou ao telhado na sexta-feira. Sumiu lá por cima. Não, não se jogou porque desamor exige discrição. Sinal de respeito a si mesma e aos outros presentes. Oras, todo mundo sabe onde dói, não precisa relembrar. Jogar na cara alheia o sofrimento próprio e pedir compaixão é um ato extremo de egoísmo. Desamor é feito amor, apesar de ser sua ausência. Não precisa dizer. Sabe-se. </div><div align="justify"></div><div align="justify">Primeira frase daquela sexta, à noite: "Não, hoje você não vai para lá. Sem invenção". A porta estava fechada. </div><div align="justify"></div><div align="justify">Ela abriu. E subiu de novo. No telhado, não ouvia nada, não sentia, não parecia existir. Ali, não havia buscas por respostas. Ela já sabia que seria não. E os "não" não chegam como os "sim". Os sim aparecem de uma vez, não demoram dois anos. Não demoram duas semanas. Não surgem em ligações muito menos em "eu te amo". Os não, que para muitos nem deveriam existir. Sim, eles chegam em epifanias, em revelações, em arroubos desmedidos, em agonias pequenas no estômago, quase como aquelas famosas borboletas do amor. Assim são os não. O não definitivo que a levava ao telhado. </div><div align="justify"></div><div align="justify">Acharam que ela estava com um, havia ido ao apartamento de outro. Voltara pros braços dele.</div><div align="justify"></div><div align="justify">A verdade é que ela estava no telhado. Ela, o vinho e o desamor. O tempo todo lá. Sem hora para voltar, sem satisfações do destino. Só, com o céu inteiro por cima dela. </div><div align="justify"></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1607367768110422014.post-44835945996232372652010-06-21T23:12:00.003-03:002010-06-21T23:22:43.573-03:00Espera de feriado<div align="justify">Coisa de mulher grávida. Estranho, muito estranho. Como todo o resto e o que há por vir da vida. A questão é: estou com gosto de queijo manteiga na boca. É um mistério.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Desde os 13 anos, sou classificada como pessoa com enxaqueca crônica. Isso diminuiu minha ingestão de chocolate, não me deixa ter bons presságios depois de tomar coca cola e afasta qualquer possibilidade de juras de amor a café. Além, claro, de me deixar a dois palmos de distância de gorduras. Claro que isso não impede meus doces. Afinal, estou três quilos acima do meu peso normal. Talvez, quatro. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Meu pecado é queijo prato light. Que como feito rata. Polenguinho, requeijão. Gouda. Umas das noites mais divertidas no Rio de Janeiro foram com queijo gouda, wii e espumante. Gruyére. É, eu agradeço muitíssimo às vacas. Até porque a maior parte da minha alimentação até agora é à base de laticínios. Se não fossem as vacas, eu já teria partido desta para melhor, morta por pneumonia, como tantas e tantas vezes profetizou minha avó diante da minha negativa em comer feijão (algo que é feio até no nome). Mas, olha lá - não citei gorgonzola, provolone, do reino muito menos manteiga! Tá, coalho - se eu não comesse com regularidade não poderia me considerar moradora de Pernambuco.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Só que ontem eu comi quase queijo nenhum. Hoje, também. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">E esse gosto de queijo manteiga na boca!</div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1607367768110422014.post-37099102119034495452010-06-20T09:10:00.004-03:002010-06-20T09:15:23.001-03:00Dois dias só<div align="justify"><img class="gl_align_full" border="0" alt="Justificar" src="http://www.blogger.com/img/blank.gif" />Eu sinto falta de romances. Com personagens cheios de camadas, de gente. Com atitudes e enredos que não são possíveis. Eu gosto dos romances porque eles são impossíveis. Por isso que eu gosto tanto do velhinho tartaruga. </div><div align="justify"></div><div align="justify"> </div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1607367768110422014.post-38408246157396446472010-06-19T20:22:00.002-03:002010-06-19T20:43:50.935-03:00Estranheza sem nexo - nexo pra quê? rima rima rima<div align="justify">Dormi bastante durante a semana mas estou esgotada hoje. Talvez o trânsito do Recife, talvez a vontade presa de tomar banho de chuva, talvez minhas finanças, talvez a morte de Saramago ... e os livros dele que deixei pela metade. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Talvez a falta de coragem de assumir que não me dou lá muito bem com esse mundo. Que queria ser uma velha de oitenta anos, sem certezas mais longas que a proximidade da morte. Queria ir pra um rochedo, morar numa casa pequena e simples na frente do mar. Ficar na pedra até me confundir com ela. Queria virar água. Na hora de morrer, quero virar água.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Aí, os parentes que a mim sucedessem ficariam intrigados. Virou choro aquela velha? Virou mar? Virou nuvem?</div><div align="justify"> </div><div align="justify">O que eu mais invejo da água é a habilidade dela de escorrer. Não fica presa na mão de ninguém. Não se segura em canto nenhum. E quando resolve parar em algum lugar, vai além dela - vira um tanto de coisa. Ou vira rio cheio de peixe, ou mar cheio de sal e de peixe mais gostoso que de rio. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Água é um negócio inquieto.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Se me perguntassem no vestibular de que é feito o coração, eu dizia que era de água. É tudo da mesma natureza. Se perguntassem onde fica - respondia que depende da hora.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">É tudo muito estranho. Como é morre o homem que inventou Blimunda? Ele nem existe. Como pode morrer?</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Eu sei que vou morrer porque cada vez mais eu sei que existo. As contas não me deixam esquecer. O frio na barriga não me deixa esquecer. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Menino, um dia a água do meu coração congela e você não consegue mais se banhar nela. Acha que sou feita de oceano e posso me derramar o resto da vida assim, à toa? </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Já tenho 60 anos. Tenho só mais vinte pra ficar de brincadeira. Depois, vou saber de tudo. Sou senhora de extremos, tem isso de mocidade não. É da infância pra velhice. </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify">-- E pra ficar tudo mais estranho, a Alemanha perde pra Sérvia no mesmo dia. </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1607367768110422014.post-73982966294225963012010-06-17T21:04:00.002-03:002010-06-17T21:08:57.357-03:00Auto-conhecimento<div align="justify"> </div><div align="justify">"Se ele sabe de tudo, por que ainda bate na mesma porta, em busca de outra resposta?", dizia Francisca à Luzenira, que lhe respondia:</div><div align="justify"> </div><div align="justify">"Ele quer é ver se consegue mudar a pergunta"</div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1607367768110422014.post-17450160248762639972010-06-17T21:03:00.002-03:002010-06-17T21:04:52.918-03:00FrustraçãoEra para eu escrever a-s-s-i-m<br />Falar a-s-s-i-m<br />Com pausa e cuidado<br />e tempo e espera<br />e dúvida<br />e inação<br />pra ver se assim você gosta de mim<br /><br />Era para ser um hai cai<br />Mas eu caí em mim mesma<br />De novo.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1607367768110422014.post-75434509447299831072010-06-17T20:36:00.004-03:002010-06-17T21:03:10.613-03:00A lógica do absurdo - na falta de um título pra um texto sem lógicaEu não sei lidar com meio termos. Não sei dizer que não sei em quem votar neste ano. Já mudei meu voto umas três vezes, pensei nos três candidatos. Sim. Nos três. E nem me cheguem com Inglaterra que não compreendo coalizão. Se bem que Brasil. Bem. Brasil.<br /><br />Estranho. Primeira vez na vida que escrevo Brasil em algo pessoal. Muito estranho. A palavra Brasil é a mais estranha que escrevi em tempos. Porque nunca gostei de ser brasileira. Latino-americana sempre me pareceu mais agradável. A Copa do Mundo que me diz.<br /><br />Bem, de volta ao meio termo.<br /><br />Trânsito parado. Por que eu deveria manter o carro ligado e as janelas fechadas? Motor desligado, pra acompanhar de verdade o fluxo. Isso de deixar a chave girada e não sair do lugar - não me convém.<br />E daí se chove? Se estou na chuva, decerto me molharei. Janelas abertas que não vou ficar no frio do ar condicionado se estou no meio da rua. E daí se pode haver arrastão?<br /><br />Admirei a namorada do meu amigo que saiu a pé pela rua até achar um lugar mais amistoso. Aproveitei o banho que tomei no estacionamento até chegar ao carro. Achei bonito ver pessoas nas pontas dos pés em fuga de poças d´água. Pensei um bocado na vida.<br /><br />Que chova de muito. Porque negócio de garoa nem pra molhar serve. Só chateia. Prefiro tumulto. Esses que jogam a brasa de vez. Tiram da rotina.<br /><br />Até porque não sei lidar com o meio termo: se chove ou se faz Sol.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1607367768110422014.post-72892593326137015892010-06-15T19:27:00.002-03:002010-06-15T19:41:19.341-03:00Copa do Mundo<div align="justify">Ela bebeu o que sobrou do vinho e foi pra casa. Ligou o som do carro mais alto que o costume. Na primeira curva, baixou. Já lhe bastaria seus pensamentos, já era barulho suficiente. Se não fosse tão tarde, compraria mais uma garrafa de vinho. Caso não deixasse as ideias mais claras, traria o sono mais depressa. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">O vinho sempre foi um bom anestésico. E uma boa desculpa. Parou no caminho. Outra garrafa e um maço de cigarros. Nunca soube tragar. Só que, era preciso. Álcool e cigarro. Ocuparia bastante o tempo e o vazio do apartamento. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">As caixas ainda estavam pelo chão, cheias. Nada da mudança ocupava a prateleira. Roupas pelas cadeiras e cds espalhados no carro. Os livros construiam uma quase estante própria. Empilhava-os em formatos diferentes a qualquer sinal de tédio. Olhava para o celular que lhe servia de relógio. Ligou o computador para ouvir alguma música. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Escolheu o perfume favorito e resolveu borrifar o espaço todo com ele. Girou sobre seus próprios pés enquanto molhava as paredes com aquele cheiro. Seu próprio cheiro. Queria se livrar das paredes e daquilo tudo. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Estava bêbada. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Acomodou os livros num canto, tirou uns casacos da caixa, estirou umas toalhas no chão. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Dormiu.</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1607367768110422014.post-58966365328718569692010-06-13T18:04:00.006-03:002010-06-13T18:30:25.922-03:00Santo Antônio, olhai por nós ou "Rome wasn´t built in a day".<div align="justify">De repente, teu cheiro chega. E fica. Minhas mãos, meus braços, meu cabelo. Nem parecem meus. São só teu cheiro. Hoje, talvez eu nem durma direito. É que a minha cama não se encaixa no meu corpo como meu corpo se encaixa no teu. Canto nenhum serve mais pro meu sono, pro meu descanso. </div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Por que quem sabe se nesse descanso no teu corpo cresce também a minha paz. E se quando você me acolhe, você também fica em paz.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">----</div><div align="justify">Desde que acordei, tudo que fiz foi pedir para a chuva se aquietar. Só que ela, a danada, é uma rebelde. E deve ser por isso que gosto tanto dela. </div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1607367768110422014.post-81594872279391879232010-06-11T21:09:00.003-03:002010-06-11T21:38:14.065-03:00Respira fundo, fecha os olhos e vaiSe eu não pedir você em casamento, tem calma. Se eu não chegar com pulos e saltos e beijos e abraços. Tem calma. Meu coração é daqueles que não conseguem dar conta de tudo de uma vez só. E ele é muito estranho. Mais estranho do que eu mesma pude ser em qualquer dia ou minuto da minha vida. Pequena vida. Menor que meu coração. De verdade. Até porque parece que meu coração ficou gigante, esticou as pernas para abraçar o mundo e se foi.<br /><br />Meu coração era um tanto inquieto. Não ficava no mesmo lugar embora não desaparecesse de dentro de mim. Há dias que batia bem na palma da minha mão. Ela, coitada, pobre vítima, fica molhada e trêmula. Nem parecia mão. Parecia até outra parte do corpo. Às vezes, meu coração fugia pra lá também. Mas não se demorava muito. Achava que ali não era bem lugar pra ele. Coração é desses seres que se acha importante, que crê fazer girar em torno dele.<br /><br />Ele nunca ficara perto da boca porque ouviu dizer que é por ali que os outros corações costumam sair. E ele não pretendia deixar de me ter como morada. Pelo menos foi o que alardeou por aí. Sou bem fácil de habitar. Obediente. Atenta às regras dele.<br /><br />E eu achava que estava tudo bem entre mim e ele.<br /><br />Que eu poderia sentir sempre cócegas quando ele resolvesse passar pelas minhas pernas. Frio na barriga porque ele quis brincar por lá. Bastaria você falar para mim de paixão (meu coração escuta tudo melhor do que eu). Da minha por você. Da sua por mim. Meu coração faria do meu corpo uma montanha russa inteira.<br /><br />Só que meu coração...meu coração. Ele pediu férias. Há algum tempo. Achei por bem deixar o danado descansar um pouco.<br /><br />Um pouco. Não tanto.<br /><br />Uns dizem que foi visto na Espanha. Outros, cansou da minha impaciência com Copa do Mundo e afins e se desbancou pra África do Sul. Os pessimistas acham que ele morreu. Os otimistas falam em hibernação. <br /><br />Então, se você pegar na minha mão e eu ficar calada, calada, concentrada, saiba. É pedido que faço pro meu coração voltar. Logo.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1607367768110422014.post-62996094254875416132010-06-07T19:43:00.003-03:002010-06-07T20:05:24.951-03:00Dúvida<div align="justify">Como não entendo a lógica das ruas do Recife muito menos a falta de placas para orientar meu percurso (não adianta pensar em GPS, seria até pior), cheguei atrasada numa reunião do trabalho. Pode parecer óbvio o caminho entre a Agamenon Magalhães e o Centro de Convenções. Mas não é. Nada de seguir em frente o tempo todo. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Foi se desorientar, perdeu o lugar. Fiquei sobre meus inchados pés, num salto nada confortável, morta de vergonha, durante um bom tempo. Ao longe, ele. Um senhor magro, alto, de cabelos finos, olhos já puxados pelo tempo. Camisa branca, sapato branco. Ar de bom aluno e postura tranquila. Um dos melhores amigos do meu pai quase do lado dele. Uma bolsa na cadeira da frente. Tudo isso do outro lado. Precisaria atravessar entre as cadeiras. Eu, meu visual nada formal e minha mochila enorme e pesada. Afinal, tudo que é enorme precisa de peso para justificar seu tamanho. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Tomei coragem.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Sentei bem na frente dele. Eu e a mochila pesada. Dentro dela, além da agenda e outras coisas, meu adorado exemplar do Livro dos Seres Imaginários, de Borges. Não era o dele. O dele, eu tentei autografar quando a filha dele trabalhou com minha mãe. Tirei o livro da bolsa. Comecei a mexer como quem procura algo e não quer achar nada. Quase virei o danado do livro para ver se ele me cutucava e entabulava conversa. Nada. Hora de risos coletivos. Olho para trás. Os olhos puxados do tempo sorriem junto com a boca. Era quase a lua crescente, o gato de Alice.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">E eu lá. Falo, não falo. Peço, ou não peço.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">"Oi, tudo bem? Desculpa incomodar mas queria mostrar pros meus filhos, sabe? Eles ainda não existem mas vão, um dia. Antes tarde do que nunca e agora com o avanço da ciência, né? as mulheres podem escolher melhor. Até porque divórcio é um nó incrível. Deve ser muito doloroso"</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Não. Não peço. Ou peço.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">"Gosto muito de Borges. Tenho um livro do senhor. Aquele. Isso. Comprei assim que foi chegou nas livrarias. Saí de Olinda, de ônibus, para ir a Boa Viagem. Dois coletivos cheios sob Sol. Mas tá em casa. O senhor poderia autografar este daqui? Ele é um clássico latino-americano, grande incentivador da leitura"</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Melhor. Peço.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Acaba a reunião e Ariano Suassuna sai discretamente. Pego minha agenda e vou resolver minhas coisas, com a mochila pesada e Borges dentro, quietinho, quietinho. Sem nenhum risco. Quem sabe aproveito para dar de presente e economizar algum trocado.</div><div align="justify"> </div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1607367768110422014.post-63432508810383474812010-06-04T20:01:00.003-03:002010-06-04T21:07:27.960-03:00Apenas o fim<div align="justify">Ela relutou bastante até assumir a verdade. Já viveu sim um grande amor. E, diz aos mais próximos, se não casou a culda dela somente. Como toda narrativa que se digne de assim ser chamada, o fim do grande amor de Maria Joaquina teve princípio, meio e fim. É uma história que vale ser contada. Assim, mais ou menos. Isso de amor é tudo tão repetitivo.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Ela e o namorado eram um casal apaixonado com direito a todos os clichês. Os quais não serão aqui publicados porque, apesar de achar que ninguém lê esta joça, vai que o rapaz resolve passar por aqui (e, oras, sexta-feira, chuvinha, tô aqui, tô carente, tô sozinha). Se já namorou e se já terminou, não será olho furado, né? Não posso me queimar a troco de banana. Não, ele não era um banana apesar de seres masculinos bananóides já (deixa para depois, prometi que não me queimaria na fogueira virtual). </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Bem. Vamos lá.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Tudo começou quando a moça teve uma brilhante ideia para o Dia dos Namorados! Tchanram! Um mural em cores vermelha e preta com um boneco do infeliz pregado! Uma almofada de coração pendurada e várias fotos e bilhetes. Fotos recortada por ela, que até hoje não sabe se é destra ou canhota. Que lindo! Se não fosse terrível. Resultado do prólogo: choro porque o senhor sensato se recusou a pregar o mural na parede da casa nova dele (e da velha também). Primeiro trauma.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">E, para quem quiser saber o fim, caso o leitor inexistente ainda resista depois de tantas enfadonhas linhas, segue abaixo o restante do relato.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Foi triste. Depois de passar dois dias inteiros a ligar para um restaurante de comida esquisita que sediaria o aniversário do amado, a mo nça descobriu pelo twitter que ele já havia feito convite para celebrar a data em outro lugar. E ela foi a última a saber. Triste, frustrada, desesperada, eles brigaram e romperam por algumas horas. Ainda apaixonada, a menina comprou a versão mais nova do FIFA e uns joysticks novos para alegrar o coraçao do garotão. Porém, ainda restava a mágoa. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Ao chegar no novo espaço da festa, ela não se rendeu aos beijos ardentes, suculentos, deliciosos do rapaz. Entregou-se à vodca. Na hora da saudade, temerosa da distância que agora surgia entre eles, Joaquina subiu ao palco. Voluntariou-se para o número "Cantando no banheiro", parte do show daquele sábado. Escovão em punho e touca na cabeça disparou "Fazer amor de madrugada, tchururu, tchu tchururu", seguidos de "Casa comigo, bebê lindo!". Constrangido pelo desafino agudo da menina, o rapaz terminou o aniversário ali. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Incompreendida, desolada, abandonada, Joaquina correu para chorar no banheiro, sem mais cantar. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">- Eu botava logo um par de gaia. Foi tudo muito romântico, foi lindo! (ouviu de uma bêbada diabética que injetava insulina no recinto)</div><div align="justify"> </div><div align="justify">- Manda se foder. (disse, direta, uma amiga do infeliz)</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Jojô chorava, tremia, sofria, amava. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">E o namorado, agora ex, nem se compadecia.</div><div align="justify"> </div>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1607367768110422014.post-6865089839093670042010-06-03T21:54:00.003-03:002010-06-03T22:10:10.011-03:00Amar se aprende amando<div align="justify">Drummond estava certíssimo. Atiremos o limão aos peixes que eles sim sabem o que fazem. </div><div align="justify">(Ou de como uma ideia boa surge na sessão de análise, confunde-se com o tal fluxo e se perde pelo caminho).</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Há esperança. Há esperança de que o ato falho retorne e salve estas linhas. Mudaria de nome, poderia ser um ato perfeito, um ato heróico, um ato jurídico completo! </div><div align="justify"> </div><div align="justify">A moça atirava-se à noite nas sextas-feiras para não precisar se encontrar nos sábados pela manhã. Deixava para existir só nos domingos à tarde, na hora do sono. Sentia toda a dor do mundo - essa gente que só complica os passos e insiste em choro. Era uma chata. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Chorava tanto, emocionava-se tanto, admirava tanto. E eram tantos os tantos dela que poderia acabar com a água do mundo. Poderia querer convencer seu povo a guerrear contra o Sol, que teima em iluminar dias nublados, mais adequados ao humor impossível da moça. Na guerra, todos carregariam seus pianos nas costas, poderosas armas para quem gosta de ir à luta de cabeça baixa. Afinal, não se pode sentir a dor do mundo e encarar o próprio de frente. Há de se manter algum respeito. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Juntaram-se todos os peixes do Drummond para atirar limões nesses seres estranhos. Que criam pedra só para reivindicar poesia.</div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify">----</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Mais, <a href="http://www.memoriaviva.com.br/drummond/poema085.htm">aqui.</a></div><div align="justify"> </div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1607367768110422014.post-5676868324888859582010-05-29T18:39:00.003-03:002010-05-30T01:31:23.406-03:00friday night, saturday morning<div align="justify">Queria que você, senhor, não me dissesse nada. Para que eu também não lhe falasse nada. Sinceramente, acho que minha imaginação deveria se tornar fértil de verdade. Para que eu lhe escrevesse algo que realmente prestasse. </div><div align="justify"></div><div align="justify">Porque negócio de grande amor é muito complicado e faz parte dos números impossíveis. Aqueles que a gente jura que aprende no colégio. Mistura com a letra "i". De impossível. Calma, eu acredito no grande amor. Só que quando é comigo, bem, é feito bumerangue. Vem em minha direção, bate e volta. Pro infinito. E até nunca mais.</div><div align="justify"></div><div align="justify">Sim. Eu tô inteira, moço. Só não sei se é de sua intenção vir aqui de novo pra testar os remendos. Acho que você diz que sim, eu digo que sim. Mas existe um grande não no meio do caminho, maior que a pedra de Drummond. </div><div align="justify"></div><div align="justify">Aí fica aquele quase. Eu saio de um lugar na hora que o senhor moço chega. Você pensa em ir aonde eu estava. E nunca dá um passo. E a gente se perde, se perde. </div><div align="justify"></div><div align="justify">Não é nem questão de amor. Porque amor, amor....caramba. </div><div align="justify"></div><div align="justify">Semana passada, notei minha primeira marca de expressão. Uma quase ruga.</div><div align="justify"></div><div align="justify">Das tantas linhas que acabei de escrever e ao tempo que escrevia, deletava. Não é nem segredo. É porque é melhor dizer nada. Só sei disso. Grande amor, grande amor, você é impossível. </div><div align="justify"></div><div align="justify">Até quando sonho, sei disso. </div><div align="justify"></div><div align="justify">--</div><div align="justify">' </div><div align="justify">Posso dizer que existem dois impossíveis? Que nem os números "-1" e "+1"?</div><div align="justify"></div><div align="justify">Tá. Eu sei que todas minhas definições matemáticas acima estão equivocadas.</div>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1607367768110422014.post-59590007977621769992010-05-26T22:01:00.005-03:002010-05-26T22:09:33.870-03:00E agora?<div align="justify">Apesar ser um ser de paladar ortodoxo, que não compreende comida japonesa muito menos misturas estranhas como queijo coalho com goiabada e demasi doces e salgados, eu gosto de comer. Um bom ravióli de ricota com um vinho tinto frutado, naquele molho de tomate do Don Francesco, por exemplo. Um surubim na brasa com arroz de brocólis. O jantar de Humberto do fim do ano. O wafflle completo do Central dividido quase à tapa com as amigas queridas. Sorvete de fruta com risada. Comida é felicidade. Com amigos, mais ainda. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Só que vim aqui pra escrever sobre uma das minhas palavras favoritas. Ternura. Quando acho algo suave, delicado, doce, considero terno. Um dos meus poemas prediletos, um dos únicos que sei pelo menos algum verso decorado (<em>Pela indescritível graças dos teus passos eternamento fugindo</em>), se chama Ternura. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">É que não entendia que significava ternura antes. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Não, não mesmo. Se me explicar, passo pro próximo. Dificuldade. É porque ternura tem som bom. Ternura, doçura, travessura, gostosura...</div><div align="justify"> </div><div align="justify">E, o mais importante, o motivo deste texto! Terno é o que se usa nas propagandas de peru!</div><div align="justify">E eu adoro peru. A carne é terna, macia.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Opa! Terna não!</div><div align="justify"> </div><div align="justify">É tenra. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Aiai...agora já foi.</div>Unknownnoreply@blogger.com0